Malária, pesquisa de antígeno

Comentários

Permite rápida detecção de proteínas dos plasmódios utilizando anticorpos monoclonais. A lactato desidrogenase é um enzima glicolítica encontrada em altos níveis no estágio eritrocitário do parasita. É produzida apenas por parasitas vivos e os seus níveis acompanham a parasitemia periférica, sendo, assim, um bom indicador de infecção ativa. O teste utiliza anticorpos monoclonais contra o pLDH, não havendo reação cruzada com a LDH humana. Seu resultado permite a separação do P. falciparum das demais espécies (P. vivax, P. malariae e P. ovale). Detecta o pLDH a partir 100 a 200 parasitas/microl, e normalmente torna-se negativo 4 a 5 dias após um tratamento com sucesso. Consequentemente é útil para a determinação das espécies de Plasmodium resistentes aos tratamentos, podendo ser usado para controle de cura. O desempenho do teste varia de acordo com o nível de parasitemia, sendo, de forma geral, a sensibilidade superior a 90%, com especificidade próxima a 100%.

Veja também Plasmodium, pesquisa.

Método

Imunocromatografia

Condição

1,0mL de sangue total (EDTA).

Jejum Obrigatório 8h.

Magnésio

Comentários

Sangue: é um dos principais cátions, sendo cofator de diversas reações enzimáticas. Os sintomas clínicos surgem quando seus níveis são menores que 1,2 mg/dl ou maiores que 4,9 mg/dl. Níveis elevados são encontrados na insuficiência renal, uso de medicamentos com magnésio, Doença de Addison, desidratação e cetoacidose diabética. Cerca de 40% dos pacientes com hipocalemia têm hipomagnesemia concomitante. Níveis baixos são encontrados na má absorção, suplementação insuficiente, hipervolemia, hiperaldosteronismo, hipertireoidismo, hipoparatireoidismo, uso de digitálicos, diuréticos e cisplatina. Hemólise pode elevar os resultados de forma espúria.

Urina: dosagem do magnésio na urina é utilizada para avaliação da sua perda urinária e do seu balanço. Níveis baixos na urina precedem a redução do magnésio sérico.

Método

Azul de Xilidil

SANGUE

Condição

0,8mL de soro.

Condição

Urina (urina recente – urina 24h).

Usar HCl 50% 20mL/L de urina – Refrigerar (facultativo).

Lyme, anticorpos totais

Comentários

A doença de Lyme é uma infecção causada pela Borrelia burgdorferi que é transmitida por carrapatos. A determinação da IgM é pouco específica. O CDC recomenda um segundo passo para confirmação dos resultados positivos ao ELISA com imunoblot, afim de se afastar resultados falso-positivos. Apresenta sensibilidade e especificidade de 80% a 95%. A sensibilidade do teste é baixa no início da infecção, variando de 58% a 92%, Nas coletas mais tardias a sensibilidade alcança 77%. Diante da suspeita clínica e sorologia negativa, deve-se repetir a sorologia após 4 a 6 semanas. Sorologia pode permanecer positiva por anos após o tratamento.

Método

Imunoensaio enzimático

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

LKM-1, auto-anticorpos anti

Comentários

Anticorpos anti-LKM-1 são anticorpos dirigidos contra a fração microssomal do fígado e rim e estão relacionados a hepatite auto-imune tipo 2. Esta doença é predominante em mulheres e geralmente associada a outras doenças auto-imunes (tireoidite, diabetes e vitiligo). Podem ser encontrados em até 7% dos casos de hepatite C. Anticorpos anti-LKM-2 foram associados no passado com hepatite medicamentosa produzida por ticrynafen (Ácido tienílico), fármaco não mais disponível. Anticorpos anti-LKM-3 estão associados a hepatite crônica delta em 13% dos casos.

Veja também Anti-mitocôndria, Anti-músculo liso e FAN.

Método

Imunofluorescência indireta

Condição

0,2mL de soro.

Jejum Obrigatório. 8h.

Listeriose, sorologia

Comentários

Listeria monocytogenes, bacilo gram-positivo, é causa de aborto, meningite neonatal ou puerperal, septicemia ou meningites em imunodeprimidos. Os resultados das reações sorológicas devem ser interpretados com cautela, pois reações cruzadas são freqüentes em decorrência de determinantes antigênicos comuns entre a L. monocytogenes e bactérias gram-positivas. O teste de aglutinação apresenta sensibilidade de 32% nos quadros de meningoencefalite e/ou septicemia. O resultado de uma amostra nem sempre é conclusivo, devendo-se sempre proceder duas coletas, com 15 a 30 dias de intervalo. Uma elevação de quatro vezes nos títulos é sugestiva de infecção recente. No caso de aborto, o isolamento em cultura do material curetado confirma o diagnóstico.

Método

Aglutinação

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

Líquor, rotina

Equivale às seguintes análises

Caracteres físicos (cor/aspecto/pH/densidade): o líquor perde sua transparência nos processos que aumentam  as proteínas, nos sangramentos e na hiperbilirrubinemia.

Citometria e citologia: aumento da contagem de células é encontrado nas hemorragias, infecções e inflamações  do sistema nervoso central. Predomínio de polimorfonucleares ocorre nas meningites infecciosas. Predomínio de  linfócitos ocorre na meningite por treponema e fungos, neurotoxoplasmose, neurocisticercose, neoplasias,  sarcoidose e esclerose múltipla.

Cloretos: encontram-se diminuídos na meningite tuberculosa.

Glicose: níveis elevados podem ser encontrados na hiperglicemia plasmática. Hipoglicorraquia ocorre na  hipoglicemia plasmática, meningites e hemorragia subaracnóidea. Razão glicose líquor/sangue abaixo de 0,4 tem sensibilidade de 85% e especificidade de 96% no diagnóstico da meningite bacteriana. Sua determinação deve ser  feita em paralelo com a dosagem sérica.

Globulina: o Teste de Pandy é uma prova semiquantitativa onde o fenol reage principalmente com as globulinas.  Em infecções crônicas como sífilis terciária e na esclerose múltipla a elevação de globulinas torna o teste de Pandy  positivo. Contaminação do líquor com sangue pode acarretar falso-positivo.

Proteínas: níveis elevados ocorrem na hemorragia subaracnóidea, meningites, uremia e síndrome de Cushing. Valores baixos ocorrem no pseudotumor cerebral, hipertireoidismo e punções lombares repetidas. A presença de sangue no líquor acarreta no aumento da proteínorraquia (1 mg/dl para cada 1.000 hemácias).

VDRL: resultados positivos no líquor são encontrados em 50% a 60% dos casos de neurosífilis, com especificidade em torno de 99%. Após tratamento, títulos caem entre 3 e 6 meses, podendo demorar anos para se negativarem. Linfocitose e aumento das proteínas são evidências de neurosífilis ativa.

Veja também Ácido lático.

Volume mínimo

Citometria e citologia: 0,5 mL.

Cor, aspecto, pH, densidade, glicose, cloretos, globulina, proteínas: 0,5mL.

VDRL: 0,3mL.

Líquido sinovial, rotina

Equivale às seguintes análises:

Citometria e citologia: o líquido sinovial normal contém de 0-150 leucócitos/mL, com menos de 25% de neutrófilos. Contagens com menos de 3.000 leucócitos sugerem processo articular não inflamatório. Valores entre 3.000 e 75.000 leucócitos, com neutrófilos acima de 50%, sugerem artrite inflamatória ou induzida por cristais. Valores entre 50.000 e 200.000, com neutrófilos acima de 90%, são encontrados nas artrites sépticas. Leucócitos abaixo de 30% sugerem quadro não inflamatório.

Caracteres físicos cor/aspecto/pH/densidade): torna-se purulento na artrite séptica e turvo em processos inflamatórios.

Ácido úrico: valores até 8 mg/dl são considerados normais, estando aumentados na artrite gotosa. Pesquisa de cristais com luz polarizada: a pesquisa de cristais no líquido sinovial pode ser útil na determinação da etiologia do quadro articular. Os microcristais podem ser encontrados no interior das células ou livres no líquido articular. Os cristais de monourato de sódio são encontrados na artrite gotosa, possuem forma de agulha e apresentam birrefrigência negativa. Cristais de pirofosfato de cálcio são encontrados principalmente dentro de leucócitos e macrófagos na pseudogota, possuem forma rombóide e birrefringência positiva.

Glicose: normalmente, as concentrações no líquido sinovial são similares às do soro. Nos derrames articulares inflamatórios e infecciosos níveis de glicose inferiores a 50% dos valores plasmáticos são encontrados. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.

Proteínas: elevação ocorre nos processos inflamatórios articulares.

Bacterioscopia (Gram): útil na avaliação presença de infecção bacteriana.

Volume mínimo

Citometria e citologia: 0,5 mL.

Bacterioscopia: 0,5mL.

Cor, aspecto, pH, densidade, glicose, proteínas, cristais, ácido úrico: 0,5mL.

Líquido pleural, rotina

Equivale às seguintes análises

Bacterioscopia (Gram): não afasta infecção em caso de resultados negativos.

Citometria e citologia: contagem de hemácias acima de 100.000 ocorrem no hemotórax, neoplasias e tromboembolismo. Linfocitose pode ocorrer na tuberculose, neoplasias e sarcoidose. Linfocitose e ausência de células mesoteliais sugerem tuberculose. Polimorfonucleados são encontrados nos processos infecciosos, inclusive na fase inicial da tuberculose pleural. Eosinofilia pode ser encontrada no hemotórax, pneumotórax, infarto pulmonar, infecções parasitárias e fúngicas. Resultados citológicos negativos para malignidade não excluem a possibilidade de neoplasias.

Caracteres físicos (cor/aspecto/pH/densidade): valores de pH inferiores a 7,2 podem ocorrer no empiema, artrite reumatóide, derrame parapneumônico complicado, tuberculose, malignidade, fístula esofago-pleural e acidose sistêmica.

Amilase: níveis elevados de amilase nos líquidos pleural e ascíticos estão associados à pancreatite, ruptura de esôfago e adenocarcinomas de pulmão e ovário.

Colesterol: a dosagem do colesterol no líquido pleural é útil na diferenciação entre transudatos e exsudatos. Níveis de colesterol maiores de 45mg/dL predizem exsudatos com sensibilidade de 90% e especificidade de 100%. A associação de colesterol elevado e LDH maior que 200UI/L tem sensibilidade de 99% no diagnóstico de exsudatos.

Glicose: níveis de glicose abaixo de 60 mg/dl ou 50% dos valores séricos ocorrem no derrame parapneumônico, empiema, colagenoses, tuberculose pleural e derrames malignos. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.

Proteínas: valores abaixo de 2,5g/dL são indicativos de transudatos (ex.: cirrose, insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica). Valores acima de 3 g/dL são indicativos de exsudatos (ex.: neoplasias, infecções, pancreatite, colagenoses, embolia, quilotórax). A razão líquido pleural/soro acima de 0,5 indica exsudato.

Desidrogenase lática (LDH): é um critério para diferenciação entre exsudato e transudato. A relação LDH pleural/sérica > 0,6 e LDH pleural > 200U/L indicam exsudato, com sensibilidade de 98% e especificidade entre 70 e 98%. Níveis de LDH acima de 1.000U/L são encontrados em neoplasias e empiema. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.

Veja também ADA, Triglicérides, BAAR.

Volume recomendável

Citometria e citologia: 1,0mL.

Bacterioscopia: 0,5mL.

Cor, aspecto, pH, densidade, glicose, proteínas, amilase, DHL, colesterol: 0,8mL.

Líquido ascítico, rotina

Equivale às seguintes análises:

Bacterioscopia (Gram): na peritonite bacteriana espontânea isola”se, em geral, bactérias gram”negativas (E.coli, Klebsiella pneumoniae) ou gram”positivas (S. pneumoniae, Enterococcus sp e outros Streptococcus). A peritonite bacteriana secundária é, em geral, polimicrobiana.

Citometria e citologia: polimorfonucleares acima de 250/mm3 sugerem peritonite bacteriana. Percentagem de neutrófilos acima de 50% são presuntivas de peritonite bacteriana. Predomínio de mononucleares sugere peritonite carcinomatosa ou malignidade. Citologia oncótica é positiva em 50% a 90% dos casos de carcinomatose peritoneal.

Caracteres físicos (cor/aspecto/pH/densidade): apresenta”se opalescente na ascite quilosa, turvo nos quadros infecciosos e hemorrágico nas neoplasias, traumas e punção de vasos.

Amilase: níveis elevados de amilase em valores três vezes maiores que no soro são indicativos de pancreatite. Também eleva”se na perfuração de vísceras e neoplasias de ovário. Cerca de 10% dos casos de pancreatite têm amilase sérica no líquido ascítico normal.

Desidrogenase lática (LDH): normalmente níveis de LDH no líquido ascítico são 50% dos valores séricos. Está elevada nas peritonites (espontâneas e secundárias), tuberculose peritoneal e carcinomatoses. Razão LDH pleural/sérica maior que 0,6 sugere exsudato.

Glicose: normalmente, as concentrações no líquido ascítico são similares às do soro. Na presença de leucócitos e bactérias, há consumo da glicose e redução dos níveis: peritonites bacteriana espontânea, bacteriana secundária, tuberculosa e carcinomatose peritoneal.

Proteínas: valores abaixo de 2,5 g/dl são indicativos de transudatos (ex.: cirrose, insuficiência cardíaca). Valores acima de 3 g/dl são indicativos de exsudatos (ex.: carcinomatose, ascite quilosa, pancreatite). Uso de diuréticos pode transformar transudatos em exsudatos. O gradiente de albumina entre o sangue e o líquido ascítico acima de 1,1g/dL sugere hipertensão porta.

Veja também ADA, Colesterol, Triglicérides, BAAR.

Volume recomendável

Citometria e citologia: 1mL

Bacterioscopia: 0,5mL

Cor, aspecto, pH, densidade, glicose, proteínas, amilase, LDH: 0,8mL

Líquido Amniótico – Testes bioquímicos de maturidade fetal

TESTE DE CLEMENTS

Comentários

O Teste de Clements (teste das bolhas) baseia-se na capacidade da lecitina de formar bolhas quando em presença de álcool absoluto e água. São feitos três tubos com diluições crescentes, o que permite avaliação da maturidade fetal. O risco de membrana hialina para o resultado de bolhas estáveis em todos os tubos é de 0,5%, subindo para 15% se houverem bolhas estáveis apenas no primeiro e segundo tubos. Se os três tubos forem negativos, ou apenas o primeiro for positivo, o índice de membrana hialina será de 80% e 30%, respectivamente.

Método

Formação de bolhas devido a presença de Lecitina e Esfingomielina, ricas em lípides

Condição

3,0mL líquido amniótico.

FOSFATIDILGLICEROL

Comentários

Auxiliar na avaliação da maturação pulmonar fetal. Os fosfolípides sintetizados pelos pneumócitos entram na composição do surfactante pulmonar. A deficiência ou ausência do surfactante causa a Doença da Membrana Hialina. Dosagens realizadas no líquido amniótico predizem a maturação pulmonar fetal.

Método

Cromatografia em camada fina

Condição

5,0mL de líquido amniótico.

Conservação para envio

Até 5 dias entre 2o a 8o C.

FOSFOLÍPIDES

Comentários

Os fosfolípides tensoativos são sintetizados pelos pneumócitos e compõem o surfactante pulmonar. Dosage realizadas no líquido amniótico predizem a maturação pulmonar fetal.

Método

Colorimétrico

Condição

1,0mL de líquido amniótico.

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