Renina

Comentários

A renina é secretada pelas células justaglomerulares adjacentes às arteríolas renais aferentes e converte o angiotensinogênio em angiotensina I. A angiotensina I é, por sua vez, convertida em angiotensina II, um peptídeo biologicamente ativo que estimula a secreção adrenocortical de aldosterona e tem uma atividade vasopressora direta. O interesse clínico em medir a renina plasmática concentra-se principalmente nos pacientes com quadro de excesso de aldosterona. Existem duas formas de hiperaldosteronismo: primário e secundário. No hiperaldosteronismo primário o excesso de aldosterona é produzido autonomamente por um adenoma ou hiperplasia adrenal. Já no hiperaldosteronismo secundário a aldosterona é produzida como uma resposta fisiológica em algumas doenças, tais como, insuficiência cardíaca, cirrose, hipertensão renovascular, Síndrome de Bartter, medicação diurética e quadro de vômitos protraídos. Interpretação da renina é difícil devido à não especificidade dos ensaios indiretos, inúmeras variáveis pré-analíticas que afetam a produção de renina (ingestão de sódio, postura e medicamentos) além da variação circadiana na produção de renina (máxima na manhã, mínima no final da tarde).

Método

Radioimunoensaio Cinético

Condição

2,0mL de plasma (EDTA).

Jejum Desejável 4h.

Para coleta basal, repouso de 30 minutos deitado, não pode permanecer de pé ou Conforme Orientação Médica

Medicamentos

A criterio médico, devem ser suspensos, pelo menos duas semanas antes da realização do exame os anti- inflamatórios não esteróides, anti-hipertensivos (beta bloqueadores, inibidores da enzima de conversão, agentes bloqueadores da ação da angiotensina II, diuréticos tiazídicos, poupadores de potássio e de alça, bloqueadores do canal de cálcio. A espironolactona deve ser suspensa 6 semanas antes da coleta. Estrogenioterapia pode elevar os níveis da atividade plasmática de renina.

PSA – Antígeno prostático específico

Comentários

O antígeno prostático específico é uma protease produzida quase que exclusivamente pelas células epiteliais do tecido prostático. Está presente em altas concentrações no líquido seminal. Níveis pré-operatórios correlacionam-se (ainda que imperfeitamente) com a extensão da doença em pacientes com câncer prostático. O PSA é útil na detecção de tumor prostático e no seguimento do seu tratamento. Aproximadamente 25 a 46% dos homens com hiperplasia prostática benigna têm concentração elevada de PSA. Pacientes com prostatite também exibem elevações do PSA. O nível de PSA não é utilizado isoladamente para estadiamento e seleção de candidatos para prostatectomia radical. Elevações podem ser encontradas após o exame retal digital, massagem prostática, instrumentação uretral, ultra-som transretal, biópsia prostática por agulha, retenção urinária, infarto ou isquemia prostáticas e relação sexual. Sua utilização pré-operatória não define acuradamente se o carcinoma se apresenta com ou sem invasão capsular. No seguimento dos pacientes é muito importante manter a utilização do mesmo ensaio. A velocidade do PSA é uma expressão utilizada para indicar a taxa de mudança do PSA. Pode prover um índice capaz de detecção precoce do adenocarcinoma prostático com distinção entre os normais e aqueles com hiperplasia prostática benigna. Flutuações fisiológicas são descritas, não devendo submeter o paciente a exames diagnósticos com uma determinação única. Nesses casos, é desejável a repetição do teste em 4 a 6 semanas.

Método

Quimioluminescência

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Desejável  4h.

Informações necessárias

Após ultra-som transretal, aguardar 24 horas, ou Conforme Orientação Médica

Após exercícios pesados, aguardar 24 horas, ou Conforme Orientação Médica

Após ejaculação (relação sexual), aguardar 2 dias, ou Conforme Orientação Médica

Após toque retal, aguardar 2 dias, ou Conforme Orientação Médica

Após biópsia de próstata, aguardar 4 semanas, ou Conforme Orientação Médica

Após massagem na próstata, aguardar 4 semanas, ou Conforme Orientação Médica

Protoporfirinas, pesquisa nas fezes

Comentários

A protoporfirina é um porfirina insolúvel em água, não encontrada na urina, que é excretada pela bile nas fezes. Útil na suspeita de porfiria com quadro de fotossensibilidade aguda sem bolhas. Também utilizada na distinção entre as formas neuropsiquiátricas juntamente com a coproporfirina. Elevações são encontradas na porfiria variegata e protoporfiria eritropoiética.

Veja também Coproporfirinas, Porfirinas, Porfobilinogênio, Uroporfirinas, ALA-U e Zincoprotoporfirina.

Método

Fluorescência

Condição

Fezes recentes (sem conservantes). Cerca de metade do volume do frasco próprio para fezes.

Proteínas totais e fracionadas

Comentários

Albumina é a proteína mais abundante no plasma. Sintetizada pelas células do parênquima hepático, tem meia-vida de 15 a 19 dias. Sua função primária é manter a pressão coloidosmótica do plasma. Níveis elevados podem ocorrer na desidratação aguda sem significado clínico. Normalmente espera-se uma razão albumina/globulina maior ou igual a 1. Resultados baixos de albumina ocorrem na cirrose, glomerulopatias, sarcoidose, doenças granulomatosas, colagenoses, infecções agudas, caquexia, queimaduras e doenças inflamatórias intestinais.

Veja também comentários nas Proteínas totais e Eletroforese de proteínas.

Método

Biureto e Verde bromocresol

Condição

0,8mL de soro.

Proteínas totais, dosagem

Comentários

Sangue: dosagem utilizada na avaliação do estado nutricional e na investigação de edemas. Aumentos são encontrados na desidratação, doença hepática, neoplasias, mieloma, macroglobulinemia Waldenströn, hanseníase, leishmaniose, doenças granulomatosas, colagenoses, uso de corticóides, digitais, furosemida e contraceptivos orais. Valores baixos podem ocorrer na gravidez, cirrose, imobilização prolongada, insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica, neoplasias, enteropatias perdedoras de proteínas, desnutrição, hipertireoidismo, queimaduras, doenças crônicas, e no uso de carvedilol e laxativos. Hemólise pode causar aumentos espúrios.

Veja também comentários nas proteínas totais e fracionadas e eletroforese de proteínas.

Líquido ascítico: valores abaixo de 2,5 g/dl são considerados transudatos (cirrose, insuficiência cardíaca). Valores acima de 3 g/dl são considerados exsudatos (carcinomatose, ascite quilosa, pancreatite). Uso de diuréticos pode transformar transudatos em exsudatos. O gradiente sérico-ascítico (valor no soro menos valor no líquido ascítico) acima de 1,1 g/dl sugere hipertensão porta.

Líquido pleural: valores abaixo de 2,5 g/dl são considerados transudatos (cirrose, insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica). Valores acima de 3 g/dl são considerados exsudatos (neoplasias, infecções, pancreatite, colagenoses, embolia e quilotórax). A razão líquido pleural/soro acima de 0,5 indica exsudato.

Líquido sinovial: elevação de proteínas podem ocorrer nos processos inflamatórios articulares.

Líquor: níveis elevados ocorrem na hemorragia subaracnóidea, meningites, uremia e Síndrome de Cushing. Valores baixos ocorrem no pseudotumor cerebral, hipertireoidismo e punções lombares repetidas. A presença de sangue no líquor acarreta aumento da proteínorraquia (1 mg/dl para cada 1.000 hemácias).

Urina: em condições fisiológicas o glomérulo impede a passagem das moléculas de proteína para urina.  Normalmente, pequenas quantidades são eliminadas na urina, sendo a albumina predominante. Proteinúrias funcionais podem ocorrer em decorrência de atividade muscular, frio excessivo, grávidas (em pequenas quantidades) e na proteinúria ortostática benigna. Elevações podem decorrer de alterações patológicas: febre; congestão venosa; gamopatias monoclonais; glomerulonefrites, síndrome nefrótica, eclâmpsia, infecção urinária, prostatite e uretrite.

SANGUE

Método

Biureto

Condição

0,8mL de soro.

LÍQUIDO ASCÍTICO

Método

Biureto

Condição

0,5mL de líquido ascítico.

LÍQUIDO PLEURAL

Método

Biureto

Condição

0,5mL de líquido pleura

LÍQUIDO SINOVIAL

Método

Biureto

Condição:

0,5mL de líquido sinovial.

LÍQUOR

Método

Vermelho de pirogalol

Condição

0,8mL de liquor.

URINA

Método

Vermelho de pirogalol

Condição

Urina (urina recente – urina 24h* ou Conforme Orientação Médica).

Proteínas, pesquisa na urina

Comentários

A presença de proteínas na urina nem sempre significa doença renal. Contudo, sua presença exige que sejam feitas outras análises para determinar se esta representa uma condição normal ou patológica.

Veja também Proteínas, dosagem e Microalbuminúria.

Método

Colorimétrico – Reação de Robert

Condição

30mL de urina recente (jato médio da 1a urina da manhã).

O cliente não deve colher a urina após esforço físico.

Enviar rapidamente ao laboratório.

Proteína S funcional

Comentários

A proteína S é uma proteína dependente de vitamina K sintetizada pelo fígado e megacariócitos. A proteína S tem uma peculiar distribuição no plasma: 60% está complexada com a proteína de ligação C4b e é inativa; 40% está livre e ativa agindo como um cofator da proteína C ativada. Deficiência hereditária da proteína S leva a um estado de hipercoagulabilidade com aumento do risco de trombose venosa. As deficiências podem ser quantitativas e qualitativas sendo classificadas em três tipos.

Tipo 1: a deficiência quantitativa com redução de proteína S total e livre. As moléculas de proteína S são fabricadas normalmente, mas em baixa quantidade.

Tipo 2: a deficiência qualitativa é caracterizada por atividade diminuída e níveis antigênicos normais de proteína S total e livre. Neste tipo, quantidades normais de proteína S são produzidas, mas estas são deficientes.

Tipo 3: Níveis normais de proteína S total e baixos níveis de proteína S livre. Há um decréscimo nos níveis funcionais e antigênicos livres, mas com níveis antigênicos totais normais. Este tipo pode decorrer de uma mutação causando um aumento da ligação da proteína S a proteína de ligação C4b, ou do aumento da concentração sérica desta última proteína relacionado com a idade.

Na abordagem laboratorial, o ensaio funcional deve ser realizado como método diagnóstico inicial. Caso apresente resultado diminuído, um imunoensaio para o antígeno livre deve ser realizado. Em caso de diminuição do antígeno livre, outro imunoensaio antigênico total deverá ser realizado para caracterização dos tipos de deficiência.

Método

Coagulométrico

Condição

2,0mL de plasma em citrato (citrato de sódio 3,2%, proporção nove partes de sangue por um de anticoagulante).

Jejum Obrigatório 8h.

É desejável que o paciente não esteja usando anticoagulante oral por pelo menos 2 semanas e heparina por 48 horas. Tal fato leva a uma diminuição da proteína S. A suspensão de qualquer medicação deverá ser feita sob a supervisão e autorização do médico responsável pelo paciente.

Informações necessárias

Informar uso de qualquer medicamento e dados clínicos disponíveis.

Proteína glicosilada – Frutosamina

Comentários

É o resultado de ligação da glicose com a albumina ou outras proteínas. Reflete o controle dos níveis glicêmicos nas últimas duas a três semanas. Níveis baixos são encontrados na desnutrição. Não deve ser utilizado para o diagnóstico de diabete melito, sendo útil nos pacientes com hemoglobinopatias para monitorização do tratamento.

Veja também Glicohemoglobina.

Método

Colorimétrico (Redução do NBT)

Condição

0,8 mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

Proteína C reativa quantitativa de alta sensibilidade

Comentários

Tradicionalmente a quantificação da PCR é usada para monitorar processos inflamatórios e diferenciar: infecções virais das bacterianas (PCR mais elevada), pois a segunda leva a uma concentração muito mais elevada desta proteína; doença de Crohn (PCR elevada) da retocolite ulcerativa (PCR baixa); artrite reumatóide (PCR elevada) do lúpus eritematoso sistêmico sem complicações (PCR baixa). Níveis elevados têm sido reportados em pacientes com doença arterial coronariana. Estudos demonstram que a PCR de alta sensibilidade é preditora independente de IAM e AVC em homens e mulheres aparentemente saudáveis.

Método

Nefelometria

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h

Proteína C ativada, resistência

Comentários

A resistência à proteína C ativada (RPCa) é um defeito hereditário que, aparentemente, desempenha um papel importante na trombofilia. Acomete aproximadamente 5% dos caucasianos. É encontrado em 20% dos pacientes com primeiro episódio de trombose venosa profunda e 50% dos casos familiares de trombose. A freqüência da RPCa é dez vezes maior do que deficiências de proteína C, proteína S e antitrombina combinadas. O teste positivo deve ser confirmado através de pesquisa da mutação do fator V de Leiden, que quando presente, caracteriza a alteração hereditária da RPCa, embora outras mutações mais raras também tenham sido descritas. Contraceptivos orais e terapia de reposição hormonal são descritos como uma causa adquirida de resistência a proteína C ativada. É a mutação do fator V de Leiden que leva à fator V resistente à degradação pela proteína C ativada, resultando em aumento do risco de trombose.

Método

Coagulométrico

Condição

2,0mL plasma em citrato (citrato de sódio 3,2%, proporção de nove partes de sangue por um de anticoagulante).

Jejum Obrigatório 8h.

É desejável que o paciente não esteja usando anticoagulante oral por pelo menos 2 semanas e heparina por 48 horas. A suspensão de qualquer medicação deverá ser feita sob a supervisão e autorização do médico responsável pelo paciente.

Informações necessárias

Informar uso de qualquer medicamento e dados clínicos disponíveis.

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