Proteína C, funcional

Comentários

A proteína C é uma proteína anticoagulante natural, vitamina K dependente, sintetizada pelo fígado. A deficiência de proteína C pode ser hereditária ou adquirida. A deficiência hereditária de proteína C leva a estado de hipercoagulabilidade, estando presente em 2-4% dos pacientes com primeiro episódio de trombose venosa. A deficiência tipo I é quantitativa. A deficiência tipo II resulta de distúrbio qualitativo da proteína C, mas freqüentemente com quantidades normais de proteína C. Assim existem ensaios antigênicos, que determinam a quantidade da proteína, e ensaios funcionais. Uma vez que os ensaios funcionais identificam ambos os tipos de deficiência, os ensaios antigênicos só devem ser realizados se o ensaio funcional estiver diminuído, para que se defina precisamente o tipo da deficiência. Deficiências adquiridas são encontradas em casos de doenças hepáticas, terapia com anticoagulante oral, coagulação intravascular disseminada, deficiência de vitamina K, choque séptico, infecções bacterianas e virais graves, uso de drogas antineoplásicas, insuficiência renal crônica. É desejável que o paciente não esteja usando anticoagulante oral por pelo menos duas semanas e heparina por 48 horas, sob orientações médicas. A proteína C é extremamente termossensível. Recém-nascido a termo ou prematuros sadios podem apresentar níveis diminuídos que devem atingir o nível normal na infância ou adolescência.

Método

Cromogênico (funcional)

Condição

2,0mL de plasma em citrato (citrato de sódio 3,2%, proporção de nove partes de sangue para uma de anticoagulante).

Jejum Obrigatório 8h.

Informações necessárias

Informar uso de qualquer medicamento e dados clínicos disponíveis.

Proteína de Bence-Jejum Obrigatóriones

Comentários

As proteínas de Bence-Jejum Obrigatóriones são fragmentos, usualmente, cadeias leves de imunoglobulinas monoclonais (paraproteínas) que são filtradas no glomérulo. Na maioria dos casos são rapidamente depuradas do plasma, podendo não ser detectadas pela eletroforese. Cerca de 70% a 80% dos pacientes com mieloma múltiplo apresentam proteína de Bence-Jejum Obrigatóriones na eletroforese de urina. A ocorrência de proteinúria de Bence-Jejum Obrigatóriones é mais comum no mieloma secretor de imunoglobulina monoclonal tipo IgD. Também encontra-se presente em 20% dos casos de macroglobulinemia de Waldenström. Pode ainda ser encontrada na amiloidose, plasmocitoma solitário, síndrome POEMS (neuropatia periférica, organomegalias, deficiência endócrina, gamopatia monoclonal, pigmentação da pele, lesões ósseas esclerosantes), doença das cadeias pesadas, Síndrome de Fanconi, linfomas, sarcomas e leucemia linfóide crônica.

Veja também Eletroforese de proteínas, Imunofixação, Cadeias leves kappa e lambda.

Método

Precipitação e turvação

Condição

Urina 24h.

Prolactina

Comentários

A prolactina é um hormônio protéico secretado pela hipófise anterior e pela placenta. Durante a gestação, em associação com outros hormônios, estimula o desenvolvimento das mamas e a produção de leite, nesse período, a prolactina aumenta sob estímulo do estradiol atingindo valores cerca de 10 vezes o valor encontrado em não grávidas. A secreção de prolactina é estimulada por estrógenos, sono, estresse e TRH, dentre outros. A secreção de prolactina é diminuída pela dopamina e seus análogos, tais como, a bromocriptina. A hipersecreção de prolactina pode ser causada por tumores hipofisários (prolactinoma e tumores que comprimem a haste hipofisária), doença hipotalâmica, estímulo mamilar, trauma do tórax, hipotireoidismo, insuficiência renal, exercício físico, estresse, alimentação e várias medicações (fluoxetina e metoclopramida, por exemplo). A hiperprolactinemia inibe a secreção de LH e FSH, podendo levar a hipogonadismo. A presença de macroprolactina deve ser considerada nos indivíduos assintomáticos com elevação da prolactina sérica próxima a 100nanog/ml. O achado de concentrações pouco elevadas deve ser confirmado em novas dosagens, ressaltando que a comparação de resultados de metodologias diferentes não é confiável. A ocorrência de galactorréia sem prolactina elevada pode ser conseqüente a hiperprolactinemia oculta ou noturna, após descartada a possibilidade de efeito gancho.

Método

Quimioluminescência

Condição

0,5 mL de soro.

Jejum Desejável 4h.

Repouso de 30 minutos para quem fez exercício físico.

Informações necessárias

Informar se é controle de tratamento ou verificar a razão pela qual o exame foi solicitado.

Pró-insulina

Comentários

A pró-insulina é produzida nas células beta das ilhotas e é clivada em insulina e peptídeo C anteriormente à sua liberação na circulação. Normalmente, uma pequena quantidade de pró-insulina (2% a 3%) escapa da conversão e é secretada juntamente com insulina durante a estimulação da célula beta. Entretanto, pacientes gravemente hiperinsulinêmicos mostram até 40% de insulina imunorreativa como sendo material pró-insulina like. A pró-insulina tem uma ação levemente hipoglicêmica. A desordem clínica que mais consistentemente resulta em níveis séricos elevados é o insulinoma. Níveis aumentados de pró-insulina têm sido reportados em pacientes com insuficiência renal crônica, hipertireoidismo e hiperinsulinemia familiar. Pode ser útil no diagnóstico da hipoglicemia factícia.

Método

Radioimunoensaio

Condição

0,8mL de soro.

Jejum Obrigatório 10h ou Conforme Orientação Médica.

Progesterona

Comentários

A progesterona é produzida pelo corpo lúteo, sendo o marcador de sua existência (por conseqüência da ocorrência de ovulação) e de sua funcionalidade. Uma fração mínima é secretada pelas adrenais, elevando-se na hiperplasia adrenal congênita e em alguns carcinomas adrenais e ovarianos. Na gestação, eleva-se rapidamente nas primeiras semanas, refletindo o funcionamento do corpo lúteo e da placenta. Valores mais baixos são encontrados na gestação ectópica ou aborto. Está diminuída na amenorréia e agenesia gonadal.

Método

Quimioluminescência

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Desejável 4h.

Informações necessárias

Para mulher, questionar:

Regularidade menstrual (duração do ciclo), se irregular há quanto tempo se tornou irregular e se é necessário uso de medicamentos para que ocorra a menstruação; data da última menstruação;

Gravidez, idade gestacional;

Uso atual ou prévio de anticoncepcional ou outros hormônios, e tempo de interrupção se uso prévio;

Para criança, questionar:

Atraso de desenvolvimento puberal;

Atraso do crescimento;

Desenvolvimento puberal precoce, menstruação (se feminino).

Potássio

Comentários

Soro: É o principal cátion intracelular, com concentração em torno de 150 mEq/L, enquanto os níveis séricos estão em torno de 4 mEq/L. Esta diferença é importante na manutenção do potencial elétrico da membrana celular e na excitação do tecido neuromuscular. Na urina ou soro sua aplicação está relacionada aos níveis de aldosterona, na reabsorção de sódio e no equilíbrio ácido-base. Urina: Principais causas da diminuição: doenças de Addison, doença renal com diminuição do fluxo urinário. Aumento: Síndrome de Cushing, aldosteronismo, doença tubular renal.

Método

Eletrodo Seletivo

SANGUE

Condição

0,8mL de soro.

URINA

Condição

Urina (urina recente – urina 24h ou Confome Orientação Médica).

Usar HCl 50% 20mL/L de urina ou refrigerar.

Porfobilinogênio, pesquisa na urina

Comentários

O porfobilinogênio (PBG) e o ácido aminolevulínico (ALA) são precursores das porfirinas, altamente solúveis em água, que concentram-se na urina. Na suspeita de porfiria neuropsiquiátrica aguda, o teste laboratorial mais indicado é a pesquisa de porfobilinogênio (PBG) em amostra de urina recente. Resultados falso-positivos ocorrem na presença de fenotiazinas, metildopa, urobilinogênio e ofloxacin. Recomenda-se, ainda, uma segunda amostra de PBG em urina recente para confirmação em caso de primeira amostra positiva. Na avaliação de porfiria neuropsiquiátricas crônica, o teste mais apropriado é da dosagem do PBG em urina de 24 horas. Deve-se lembrar que excreção aumentada de PBG pode estar ausente no período intercrítico. A distinção dentre as formas neuropsiquiátricas é tradicionalmente baseada na análise fecal (vide organograma).

Veja também Coproporfirinas, Porfirinas, ALA-U, Protoporfirinas e Uroporfirinas, Zincoprotoporfirina.

Método

Colorimétrico

Condição

30mL de urina (jato médio da 1a urina da manhã ou urina de 24h).

Enviar rapidamente ao laboratório.

Colher em frasco âmbar (sensível à luz).

Porfirinas, pesquisa na urina

Comentários

As porfirinas são compostos intermediários na produção do grupo heme. As porfirias são um grupo de doenças neurológicas e cutâneas associadas a deficiências hereditárias e adquiridas na via de biossíntese do heme. Embora as desordens primárias sejam relativamente incomuns, diversas condições secundárias são comumente encontradas. O diagnóstico laboratorial das porfirias baseia-se na identificação do excesso de metabólitos do heme, de acordo com as características clínicas de cada paciente. De forma preliminar pode-se considerar que nas formas neurológicas encontra-se elevações dos precursores das porfirinas (porfobilinogênio e ácido aminolevulínico), enquanto nas formas cutâneas, evidencia-se o acúmulo de porfirinas. Aumento de ambos pode ocorrer em quadros mistos. A pesquisa de porfirinas na urina é o teste mais utilizado na suspeita de porfiria cutânea tarda, apresentando boa sensibilidade. A uroporfirina urinária também encontra-se elevada nestes pacientes. A dosagem do porfobilinogênio pode ser útil na diferenciação de pacientes com porfiria variegata e coproporfiria hereditária.

Propedêutica laboratorial nas porfirias PBG: porfobilinogênio; ALA: ácido aminolevulínico; ZPP: zinco protoporfirina; U-R: urina recente; U-24h: urina de 24 horas.

Veja também Coproporfirinas, Porfobilinogênio, Protoporfirinas, Uroporfirinas, ALA-U e Zincoprotoporfirina.

Método

Fluorescência

Condição

Urina 24h.

Usar 5g de bicarbonato de sódio por litro de urina. Enviar rapidamente ao laboratório.

Pneumocystis carinii, pesquisa

Comentário

A pneumocistose é a principal infecção pulmonar que acomete os portadores de SIDA não tratados, sendo responsável por 40% das pneumonias nestes pacientes. Também acomete outros pacientes imunodeprimidos omo portadores de neoplasias, de algumas doenças reumatológicas, usuários crônicos de corticóides e transplantados. O achado do Pneumocystis carinii é o pilar do diagnóstico da pneumocistose, devido ao fato do P. carinii não se desenvolver em meios de cultivo. Quanto aos espécimes, o lavado broncoalveolar apresenta sensibilidade de 95% e a biópsia transbrônquica de 94%.

Método

Calcofluor-white e May-Grünwald/Giemsa.

Condição

Lavado broncoalveolar, aspirado transtraqueal, biópsia pulmonar ou escarro (expectorado ou induzido).

Plasmodium, pesquisa

Comentários

A pesquisa em sangue periférico é indicada no diagnóstico de malária. A demonstração do parasito e a diferenciação da espécie é muito importante, já que o tratamento é diferente para cada espécie: P. vivax, P. falciparum, P. malariae. A pesquisa possui boa sensibilidade e especificidade e permite a identificação da espécie e estágio de desenvolvimento do plasmódio. Entretanto, apresenta desvantagens a serem consideradas: durante a coloração pode haver perda de trofozoítas; resultados falso-negativos podem ocorrer em parasitemias escassas. De forma alternativa pode-se utilizar imunoensaio para pesquisa de antígeno do Plasmodium.

Veja também Malária, pesquisa de antígeno.

Método

Coloração pelo May-Grunwald/Giemsa

Condição

1,0mL de sangue total em EDTA + 2 lâminas com gota espessa + esfregaços sangüíneos.

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