Hepatite C – HCV, anti

Comentários

O vírus da hepatite C freqüentemente causa infecção assintomática, entretanto, 70% dos infectados evoluem para forma crônica, sendo que 20% desses evoluirão para cirrose após 20 anos de infecção. A janela imunológica tem sido descrita como de até seis meses, entretanto, ensaios de terceira geração, podem reduzir esse tempo para seis a nove semanas. Falso-positivos podem ocorrem em grávidas, vacinação para influenza, hipergamaglobulinemia, fator reumatóide e doenças reumáticas. Cerca de 50% dos doadores com anti-HVC positivo, são falso-positivos. É descrito para estes ensaios sensibilidade de 99% em indivíduos imunocompetentes e de 60% a 90% em imunocomprometidos. A confirmação da soropositividade requer, à critério médico, complementação da investigação com RIBA (ensaio immunoblot recombinante) ou reação em cadeia da polimerase (PCR).

Método

Imunoensaio enzimático – ELISA

Condição

0,5mL de soro ou plasma (EDTA/citrato/oxalato de potássio).

Jejum Obrigatório 8h.

Interferentes

As amostras de pacientes tratados com heparina podem coagular parcialmente e podem produzir resultados errôneos devido a presença de fibrina. Para prevenir este fenômeno, deve-se colher a amostra antes da terapia com heparina e sessão de diálise.

Hepatite B

Comentários

O vírus da hepatite B (HBV) é transmitido por via sanguínea, relações sexuais e via vertical. Quadro clínico se desenvolve após período de incubação de 1,5 a 3 meses (6 a 8 semanas). Manifestação clínica é encontrada em menos de 5% das infecções perinatais e 20% a 30% dos casos em adultos. Na ausência de complicações, a infecção se resolve em 2 semanas a 6 meses após a fase aguda, sendo paralela à depuração do antígeno viral do sangue e seguida do surgimento do anti-HBs. Parte dos pacientes, sintomáticos ou não, falham em depurar o vírus, não desenvolvendo anti-HBs e progredindo à cronicidade. A ocorrência de infecções crônicas é influenciado por uma série de variáveis, sendo a idade a principal. Cronicidade ocorre em mais 90% das infecções perinatais, em 15% a 30% dos casos em crianças e 5% dos casos de adultos. Cura espontânea da infecção crônica ocorre em 1% dos portadores de vírus ao ano.

Interferentes

As amostras de pacientes tratados com heparina podem coagular parcialmente e podem produzir resultados errôneos devido a presença de fibrina. Para prevenir este fenômeno, deve”se colher a amostra antes da terapia com heparina.

HBsAg – ANTÍGENO AUSTRÁLIA

Comentários

É o antígeno de superfície (Austrália). Torna-se detectável 2 a 8 semanas após início da infecção, duas a seis semanas antes das alterações da ALT e duas a cinco semanas antes dos sinais e sintomas. Ocasionalmente, pode ser detectado apenas após 12 semanas. Nos casos agudos e auto-limitados, o HBsAg usualmente desaparece em 1 a 2 meses após início dos sintomas. Persistência do HBsAg por vinte semanas após a infecção primária prediz persistência de positividade indefinidamente. Em termos práticos, sua positividade está associada com infecciosidade, estando presente nas infecções aguda ou crônica pelo HBV. Um resultado de HBsAg positivo deve sempre ser confirmado e complementado com outros marcadores de infecção. Deve”se considerar, ainda, a detecção de HBsAg positivo transitório após vacinação.

Método

Imunoensaio enzimático

Condição

0,5mL de soro ou plasma (EDTA).

Jejum Obrigatório 8h.

Anti-HBc total, IgG e IgM

Comentários

São anticorpos contra o antígeno do core. O anti-HBc IgM surge ao mesmo tempo que as alterações das transaminases na infecção aguda (1 a 2 semanas após o HBsAg) e rapidamente alcança títulos elevados. Encontra-se positivo na infecção aguda e durante a exacerbação da doença crônica ativa. Juntamente com o HBV DNA, podem ser os únicos marcadores de infeção neonatal ou quando quantidades pequenas de HBsAg são produzidas (hepatite fulminante). Nos 4 a 6 meses subseqüentes, anti-HBc IgM predomina com queda moderada e aumento dos títulos de Anti-HBc IgG. Em infecções auto-limitadas, o anti-HBc IgM se torna indetectável em poucos meses, embora títulos baixos possam ser encontrados por até dois anos. Em infecções crônicas de baixo grau, anti-HBc IgM também é indetectável ou com títulos baixos, mas usualmente apresenta picos quando a replicação viral se exacerba. Pode ser o único marcador da hepatite na janela entre o desaparecimento do HBsAg e surgimento do anti-HBs. Após um período de 4 a 6 meses todo o anti-HBc é do tipo IgG e persiste por toda a vida em > 90% dos pacientes. Assim sua presença indica infecção atual ou prévia pelo HBV. Este anticorpo não confere imunidade. Pacientes positivos para anti-HBc IgG mas negativos para HBsAg e anti-HBs podem ocorrer nas seguintes situações: a) falso-positivo (doenças auto-imunes, hipergamaglobulinemia, mononucleose); b) anticorpos adquiridos passivamente; c) infecção recente em período de janela imunológica (HBsAg já depurado e anti-HBs ainda negativo); d) infecção crônica, com níveis de HBsAg baixos; e) infecção prévia pelo HBV com anti-HBs indetectável; f) em amostras com HbsAg/anti”HBs imunocomplexados.

Método

Imunoensaio enzimático de micropartículas ” MEIA

Condição

0,5mL de soro ou plasma (EDTA).

Jejum Obrigatório  8h.

HBeAg

Comentários

O antígeno “e” é detectável no sangue ao mesmo tempo que o HBsAg. Sua presença denota replicação viral e infecciosidade. O desaparecimento do HBeAg é indicativo de redução da replicação viral, embora não exclua essa possibilidade (variante HBeAg-minus). Nos casos auto-limitados, soroconversão ocorre em poucas semanas, surgindo o anti-HBe. Na evolução para formas crônicas, com o HBsAg persistindo por mais de 6 meses, a presença do HBeAg geralmente corresponde a um prognóstico de maior gravidade. Nas cepas com mutação pré-core (não produtores de proteína “e”) este marcador não é detectável apesar da replicação viral.

Método

Imunoensaio enzimático de micropartículas – MEIA

Condição

0,5mL de soro ou plasma (EDTA).

Jejum Obrigatório  8h.

Anti-HBe

Comentários

O anti-HBe surge na recuperação da infecção aguda, após o antígeno HBeAg não mais ser detectado. Pode ser detectado por muitos anos após a recuperação da infecção pelo HBV. Em um portador do HBV, um resultado positivo de anti-HBe usualmente indica inatividade do vírus e baixa infecciosidade. Em pacientes infectados com variantes do HBV (mutantes HBeAg negativos) a associação entre replicação e expressão do HBeAg é desfeita, podendo ocorrer replicação na presença de anti-HBe.

Método

Imunoensaio enzimático de micropartículas ” MEIA

Condição

0,5mL de soro ou plasma (EDTA).

Jejum Obrigatório  8h.

Hepatite A – HAV total, IgG e IgM, anti

Comentários

O vírus da hepatite A é um RNA vírus de transmissão fecal”oral, por contato interpessoal, água ou alimentos contaminados. Período de incubação varia de 10 a 50 dias, sendo a infecção subclínica em 90% dos menores de 5 anos e 70 a 80% dos adultos.

Anti-HAV IgM: é um marcador da fase aguda. Surge concomitantemente com o desaparecimento do antígeno viral e permanece por 3 a 6 meses em aproximadamente 80% a 90% dos pacientes e por até um ano em 10% dos casos. Apresenta sensibilidade de 100% e especificidade de 99% para hepatite aguda. Ocasionalmente o teste é negativo quando da apresentação clínica, mas repetição do mesmo em 1 a 2 semanas demonstrará positividade. Reações cruzadas com o vírus Epstein”Barr e da rubéola são raramente descritas.

Anti-HAV IgG: é detectado logo após anti-HAV IgM e seus títulos aumentam gradualmente com a infecção, persistindo por toda a vida e indicando imunidade. A resposta imunológica à vacina contra hepatite A é fundamentalmente do tipo IgG, sendo que o anti-HAV IgG pode não ser detectado após vacinação, uma vez que os títulos de anticorpos induzidos pela vacina são, em geral, mais baixos que os induzidos pela infecção natural. Na prática, não é indicado a mensuração dos títulos de anticorpos após a vacinação, uma vez que o limiar de corte dos testes comercializados é superior ao nível mínimo reconhecido como protetor.

Método

Imunoensaio enzimático de micropartículas – MEIA

 Condição

0,5mL de soro ou plasma (EDTA) para cada.

Jejum Obrigatório 8h.

Interferentes

As amostras de pacientes tratados com heparina podem coagular parcialmente e podem produzir resultados errôneos devido a presença de fibrina. Para prevenir este fenômeno, deve-se colher a amostra antes da terapia com heparina.

Hemossiderina

Comentários

É um teste sensível para a avaliação da reserva medular de ferro e como auxílio à interpretação do mielograma. É útil também para pesquisa de sideroblastos em anel que ocorrem nos casos de anemia refratária, anemias sideroblásticas congênitas e adquiridas, alcoolismo, leucemia mielóide aguda e outros. Os resultados devem ser interpretados à luz da história clínica e são liberados em percentual de sideroblastos e sideroblastos em anel em relação aos eritroblastos. Podem também ser utilizados parâmetros semi”quantitativos, variando de 1+ a 4+:

1+/4+ ferro medular diminuído

2+/4+ e 3+/4+ ferro medular normal

4+/4+ ferro medular aumentado

Método

Coloração pelo Azul da Prússia

Condição

Enviar 2 esfregaços de lâminas de aspirado medular (sem corar) com cópia do hemograma e dados clínicos disponíveis.

Para coleta, agendar antecipadamente no laboratório.

Hemossedimentação

Comentários

A velocidade de hemossedimentação (VHS) é uma avaliação indireta da resposta de fase aguda. A VHS aumenta com o aumento dos níveis plasmáticos das proteínas de fase aguda, principalmente fibrinogênio e as gamaglobulinas, como ocorre nos processos inflamatórios, infecciosos, neoplásicos, paraproteinemias e necrose tecidual. Apesar de ser um teste sensível para a avaliação destes processos, sofre interferência de outros fatores plasmáticos (albumina retarda, colesterol acelera) e ligados às hemácias (anemia e macrócitos aceleram, micrócitos e drepanócitos retardam), sem refletir alteração das proteínas de fase aguda. A VHS não deve ser utilizada como teste de triagem de em indivíduos assintomáticos. Atualmente é utilizada como critério laboratorial para o diagnóstico da polimialgia reumática (> 40 mm 1a hora), na avaliação de pacientes com suspeita de arterite temporal, como indicador da atividade da artrite reumatóide e lupus eritematoso sistêmico, e no acompanhamento terapêutico destes pacientes. A VHS aumenta com a idade.

Método

Automatizado

Condição

1,0 tubo de sangue total (EDTA).

Jejum Desejável 8h.

Hemograma

Comentários

Constitui importante exame de auxílio diagnóstico para doenças hematológicas e sistêmicas. Rotineiramente indicado para avaliação de anemias, neoplasias hematológicas, reações infecciosas e inflamatórias, acompanhamento de terapias medicamentosas e avaliação de distúrbios plaquetários. Fornece dados para classificação das anemias de acordo com alterações na forma, tamanho, cor e estrutura das hemácias e conseqüente direcionamento diagnóstico e terapêutico. Orienta na diferenciação entre infecções viróticas e bacterianas, parasitoses, inflamações, intoxicações e neoplasias através das contagens global e diferencial dos leucócitos e avaliação morfológica dos mesmos. Através de avaliação quantitativa e morfológica das plaquetas sugere o diagnóstico de patologias congênitas e adquiridas.

Método

Sistema automatizado: citometria de fluxo, laser, absorção espectrofotométrica, dispersão óptica/fluorescência e impedância.

Condição

1,0mL de sangue total (EDTA).

Jejum Desejável 4h.

Hemoglobina S, teste de solubilidade

Comentários

O teste positivo indica presença da hemoglobina anômala S em heterozigose ou homozigose. Testes falso”positivos podem ocorrer em pacientes com policitemias e algumas hemoglobinopatias raras. Testes falso”negativos podem ocorrer por quantidades indetectáveis de hemoglobina S.

Método

Ditionito de sódio

Condição

1,5mL de sangue total (EDTA, heparina ou citrato).

Hemoglobina H, pesquisa

Comentários

A hemoglobina H é formada por tetrâmeros de cadeias beta. Na doença da hemoglobina H, inclusões específicas são facilmente demonstráveis em grande número nos eritrócitos. Deve-se ressaltar que não há formação de corpos de Heinz. Nos portadores de traços alfa-talassêmicos pode ser difícil a visualização, pois os agregados apresentam-se em menor quantidade ou são raros.

Método

Azul de Cresil brilhante

Condição

1,0mL de sangue total (EDTA).

Hemoglobina fetal

Comentários

A HbF é formada por duas cadeias tipo alfa e duas tipo gama. Normalmente o valor da HbF para crianças no primeiro mês de vida é de 40% a 90%. Este valor decresce gradativamente atingindo o valor normal de adulto aproximadamente no 5o mês de vida. Sua determinação está indicada no diagnóstico das beta-talassemias (minor, intermediária e major) quando serão encontrados valores aumentados de HbF. Também se presta para o diagnóstico da persistência hereditária de hemoglobina fetal. Taxas altas de HbF podem ser encontradas em alguns casos de esferocitose hereditária, anemia falciforme, leucemias agudas e crônicas.

Método

Cromatografia Líquida de Alta Performance – HPLC

Condição

5,0mL de sangue total (EDTA).

Hemoglobina A2

Comentários

A hemoglobina A2 é formada por duas cadeias tipo alfa e duas cadeias tipo delta. Sua determinação é indicada na pesquisa das beta-talassemias, onde ocorre falha na síntese de cadeias beta, resultando em um excesso de cadeias alfa. Nos heterozigóticos (talassemias minor) há produção reduzida de HbA e aumento de HbF e HbA2.

Método

Cromatografia Líquida de Alta Performance – HPLC

Condição

5,0mL de sangue total (EDTA).

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