Cloretos – Cl

Comentários

Sangue: representa 66% dos ânions do plasma, e juntamente com o sódio são os principais responsáveis pela manutenção da homeostase osmótica do plasma. Sua determinação é útil na avaliação de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos. Níveis elevados são encontrados na deficiência de mineralocorticóides, acidose metabólica, infusão salina excessiva, perdas gastrintestinais, acidose tubular renal, fístula pancreática e hiperparatireoidismo. Níveis baixos ocorrem na hipervolemia, insuficiência cardíaca, secreção inapropriada de ADH, vômitos, acidose respiratória crônica, Doença de Addison, alcalose metabólica, cetoacidose diabética e no uso de diuréticos.

Urina: útil para avaliação de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos, em especial, no diagnóstico da alcalose metabólica responsiva a sal.

Líquor: reflete os níveis sangüíneos de cloretos. Na meningite tuberculosa é encontrado mais baixo (25%) que os valores no soro.

Método

Eletrodo Seletivo

SANGUE

Condição

0,8mL de soro

LÍQUOR

Condição

0,5mL de líquor

URINA

Condição

Urina (urina 24h – urina recente ou Conforme Orientações Médica).

Não pode usar conservante – Refrigerar.

Citometria e citologia (líquidos corporais)

Comentários

O estudo dos líquidos corporais é ferramenta indispensável para o diagnóstico, monitoração e prognóstico de processos infecciosos, inflamatórios, hemorrágicos e mesmo neoplásicos dessas cavidades. É utilizado para diferenciação dos processos em agudos ou crônicos, locais ou sistêmicos, bacterianos, viróticos ou fúngicos. O aumento de celularidade e suas particularidades, com predomínio das formas polimorfonucleares ou linfomonocitárias, aliadas às determinações bioquímicas, exames bacteriológicos e imunológicos define a presença e resposta ao tratamento de meningites, pneumonias, artrites e peritonites.

Veja também Rotina em líquido pleural, líquido ascítico, líquido sinovial e líquor.

Método Citometria

Contagem manual

Método Citologia

Microscopia – Coloração – May Grunwald Giemsa

Condição

1,0mL – líquor, líquido ascítico, líquido pleural (EDTA), líquido sinovial (puncionado de qualquer articulação).

5,0mL – lavado broncoalveolar (informar volume recuperado).

Citomegalovírus, pesquisa de células de inclusão

Comentário

A infecção pelo Citomegalovírus (CMV) pode causar infecção autolimitada, similar à causada pelo vírus EBV em pacientes imunocompetentes. A infecção tem maior relevância em imunodeprimidos e na infecção congênita. A pesquisa de células de inclusão em urina permite um diagnóstico rápido da infecção, entretanto, é um método de baixa sensibilidade, sendo necessário o uso de outros métodos diagnósticos mais sensíveis para que se exclua a possibilidade da infecção pelo CMV.

Método

Coloração pelo método de Giemsa.

Condição

Urina recente.

Citomegalovírus, antigenemia

Comentários

A importância da infecção pelo CMV é maior na transmissão vertical do CMV da gestante para o feto e em pacientes imunocomprometidos. Nestes, a disseminação do CMV (grau de viremia) no sangue é fator de risco de progressão à doença invasiva pelo CMV. A detecção da antigenemia permite a detecção rápida do CMV presente no núcleo dos neutrófilos do sangue periférico que fagocitaram o vírus. São utilizados anticorpos monoclonais para a proteína pp65 do CMV, que é um marcador precoce e específico de infecção ativa. A antigenemia também é utilizada para avaliação da resposta ao tratamento anti-viral. A antigenemia apresenta sensibilidade superior à cultura e comparável à PCR quantitativa.

Veja também PCR para Citomegalovírus.

Método

Imunofluorescência direta com anticorpos monoclonais anti PP65

Condição

5,0mL sangue total (EDTA).

Jejum Obrigatório 8h.

Citomegalovírus, anticorpos IgM, IgG e IgG avidez

Comentários

Em adultos saudáveis, o citomegalovírus (CMV) normalmente é assintomático ou pode determinar quadro clínico auto-limitado semelhante à mononucleose infecciosa. O citomegalovírus (CMV) é considerado a maior causa de infecção congênita, podendo ainda causar quadros graves em imunodeprimidos. Cerca de 85% da população adulta é soropositiva.

Anti-CMV IgM: a IgM pode surgir até duas semanas após o início do quadro clínico. Assim, caso a amostra seja colhida precocemente, deve-se repetí-la após 15 dias, para afastarmos infecção pelo CMV na presença de quadro clínico suspeito. Geralmente permanecem detectáveis por 3 meses, entretanto, por métodos imunoenzimáticos podem ser encontrados títulos baixos por até 12 meses, não devendo, pois, ser avaliado como um indicador absoluto de infecção recente. Falso-positivos também podem ocorrer em infecções pelo EBV e herpes vírus. Por não ultrapassar a barreira placentária, seu achado no recém-nascido indica infecção congênita.

Anti-CMV IgG: seu achado pode indicar infecção passada ou recente. Recoleta na onvalescença (após 15 dias) pode evidenciar viragem sorológica ou aumento de 4 vezes ou mais na convalescença, em relação ao soro colhido na fase aguda.

Anti-CMV IgG avidez: no início da infecção primária pelo CMV os anticorpos IgG apresentam como característica baixa avidez pelo antígeno. Essa avidez aumenta progressivamente em semanas, sendo que em infecções antigas e reinfecções encontramos alta avidez. Assim, essa determinação é muito útil para diferenciarmos pacientes que apresentaram infecções primárias pelo CMV nos últimos 3 meses, de infecções passadas e reinfecções, sendo de grande aplicação em grávidas com IgM e IgG positivos. Tem grande poder de predizer recém-ascido infectados quando utilizado antes de 18 semanas de gestação.

Veja também Citomegalovírus, antigenemia; PCR para Citomegalovírus.

Informações necessárias

Informar se está grávida e se fez este exame anteriormente.

ELFA – ENZYME LINKED FLUORESCENT ASSAY – IgG e IgM

Condição

0,5mL de soro para cada.

Jejum Obrigatório 8h.

ELISA – IgG

Método

Imunoensaio enzimático

Condição

0,5mL de soro – plasma (EDTA/citrato/heparina) – líquor.

Jejum Obrigatório 8h.

ELISA – IgM

Método

Imunoensaio enzimático

Condição

0,5mL de soro – plasma (EDTA/citrato/heparina) – líquor.

Jejum Obrigatório 8h.

Teste imunológico no líquor deve ser realizado em paralelo com o soro, devido a possibilidade de contaminação da amostra durante a punção.

TESTE DE AVIDEZ IgG

Método

ELFA

Condição

0,5mL de soro.

Cistina, pesquisa na urina

Comentários

Cistinúria é um distúrbio de origem hereditária, em que os túbulos renais estão incapacitados de reabsorver a cistina filtrada pelos glomérulos, podendo ocorrer de duas formas: na primeira, a reabsorção dos aminoácidos cistina, lisina, arginina e ornitina é afetada; na segunda, apenas a cistina e a lisina não são reabsorvidos. A principal consideração clínica na cistinúria é a tendência à formação de cálculos.

Método

Colorimétrico

Condição

Urina (jato médio 1a urina da manhã – 12h* – 24h*).

*Usar ácido acético 8M, 20mL/L de urina. Manter em local fresco durante a coleta.

Cisticercose, sorologia

Comentários

A infestação por ovos de Taenia solium leva à formação de cisticercos na musculatura estriada e sistema nervoso central. A pesquisa de anticorpos no soro e líquor pode ser utilizada de forma complementar ao diagnóstico por neuroimagem. Reações cruzadas com Echinococcus granulosus e Hymenolepis nana são comuns. Anticorpos podem persistir anos após a morte dos parasitas, não devendo o encontro de sorologia positiva em pacientes com lesões calcificadas ser interpretado como presença de parasitas vivos. Falso-negativos podem ser observados na presença de carga parasitária baixa, sendo que apenas 28% dos pacientes com lesão cerebral única têm sorologia positiva.

IMUNOENSAIO ENZIMÁTICO

Condição

0,5mL de soro – líquor.

Jejum Obrigatório  8h

O teste imunológico no líquor deve ser realizado em paralelo com o soro, devido a possibilidade de contaminação da amostra durante a punção.

IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA

Condição

0,5mL de soro – líquor.

Jejum Obrigatório 8h

O teste imunológico no líquor deve ser realizado em paralelo com o soro, devido a possibilidade de contaminação do material durante a punção.

Cistatina C

Comentários

A cistatina C é uma proteína cuja concentração sérica depende quase que exclusivamente da capacidade de filtração glomerular. Sua concentração independe da massa muscular, do sexo ou da alimentação. Diversos estudos clínicos atestam a maior sensibilidade e especificidade da cistatina C, em comparação com a creatinina sérica, na detecção de alterações discretas da função glomerular. É importante citar que elevações da cistatina C, sem correlação com diminuição da taxa de filtração glomerular, foram descritas em pacientes com o mieloma múltiplo, tumores malignos, cirrose hepática e alguns hipertensos e diabéticos com proteinúria.

Método

Nefelometria

Condição

0,7mL de soro.

Jejum Obrigatório  8h.

Chlamydia trachomatis, pesquisa (giemsa)

Comentário

Demonstrações de inclusões intracelulares típicas em esfregaços diretos podem ser utilizadas, particularmente na conjuntivite aguda em neonatos, permitindo a detecção simultânea do gonococo. O método de Giemsa apresenta sensibilidade de 90% em espécimes colhidos em neonatos com conjuntivite. É importante salientar que esse método não é recomendado para diagnóstico de infecções urogenitais em adultos devido à falta de especificidade e sensibilidade. Em infecções oculares de adultos apresenta sensibilidade de 50%. Embora seja classificada como Gram-negativa, a realização do método Gram é de pouca utilidade, pois a reação pode ser variável.

Método

Giemsa.

Condição

Esfregaços conjuntivais em lâminas, fixados por metanol, acetona ou calor brando em lâminas de vidro limpas e desengorduradas. O raspado de córnea é um procedimento médico.

Informações necessárias

Informar medicamentos em uso.

Chlamydia trachomatis, imunofluorescência direta

Comentário

Baseia-se na visualização direta da clamídia por coloração com anticorpos marcados. Anticorpos monoclonais são preparados com proteínas presentes nas membranas externas das 15 variantes sorológicas humanas da C. trachomatis. Esses anticorpos reagem contra as duas formas de C. trachomatis: corpos elementares (formas infectantes) e corpos reticulados (metabolicamente ativos). O uso de anticorpos monoclonais permite sensibilidade de 80% a 90% com especificidade de 98% a 99%, quando comparado com a cultura. Útil para detecção de infecção em espécimes conjuntival, uretral, retal e endocervical.

Método

Anticorpo monoclonal.

Condição

Raspado uretral, endocervical, conjuntival, retal, pus de bubão inguinal ou esperma. Após a coleta, fazer dois esfregaços, em lâminas próprias, por justaposição e fixá-los com duas gotas de metanol ou acetona. Secar o esfregaço em temperatura ambiente. Esse teste requer amostra com número adequado de células, portanto, não é feito em urina. Para amostras de fundo de saco vaginal, o exame apresenta baixa sensibilidade.

Material uretral: coletar pela manhã antes de urinar ou permanecer no mínimo 4 horas sem urinar.

Material endocervical: a paciente não pode estar menstruada ou fazendo uso de medicações tópicas.

×