CEA – Antígeno carcinoembrionário

Comentários

O antígeno carcinoembrionário (CEA) é uma glicoproteína que não é órgão específica. Níveis elevados são encontrados em vários tumores, mas sua maior aplicação é no câncer coloretal. Utilizado para auxiliar no estadiamento e monitorização, sendo o melhor marcador da resposta ao tratamento de adenocarcinomas gastrointestinais. Níveis mais elevados são encontrados no câncer coloretal com metástases ósseas e hepáticas.

Está presente com níveis elevados em 65% dos pacientes com carcinoma coloretal, ao diagnóstico. Seu aumento pode preceder evidências de metástases em exames de imagem. Outras neoplasias podem cursar com níveis elevados de CEA: câncer de mama, pulmão, ovário, estômago, pâncreas, útero, tireóide e tumores de cabeça e pescoço. Níveis elevados também podem ocorrer em fumantes, inflamações, infecções, úlceras pépticas, pancreatite, doença inflamatória intestinal, cirrose hepática, enfisema pulmonar, polipose retal e doença mamária benigna. Uma vez que pode ser encontrado em pacientes saudáveis, o CEA não deve ser utilizado como ferramenta para triagem de câncer em pacientes normais. Quando usado para diagnóstico de câncer de cólon na população geral, para cada caso de câncer de colo diagnosticado com CEA e confirmado com biópsia, temos 250 falso positivos. Resultados negativos podem ocorrer na fase precoce do câncer e em alguns pacientes com câncer coloretal metastático. Cirurgia, quimioterapia e radioterapia podem causar aumentos transitórios do CEA. Para fins de comparação deve-se usar mesmo método.

Método

Eletroquimioluminescência

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório. 8h.

Informações necessárias

Informar se está em uso de medicamentos e se já fez este exame anteriormente.

CD4, CD8 e CD3, subtipagem de Linfócitos

Comentários

O CD4 está expresso em 55% a 65% dos linfócitos T periféricos, especialmente no subtipo auxiliar (helper). O CD8 está expresso em 25% a 35% das células T periféricas, especialmente no subtipo supressor/citotóxico. A contagem de CD4, juntamente com a avaliação clínica e a medida da carga viral plasmática são parâmetros a serem considerados na decisão de iniciar ou modificar a terapia anti-retroviral na SIDA. Quando utilizamos o CD4 e a carga viral para decisões de início ou mudança de terapia devemos considerá-los, idealmente, em duas ocasiões.

Consideram-se significativas as reduções de CD4 maiores que 30% (valores absolutos) em relação a sua determinação prévia. Discordância entre os resultados da carga viral e do CD4 pode ocorrer em até 20% dos pacientes. Fatores influenciam a contagem do CD4: variações analíticas, sazonais, diurnas (mais baixo às 12h e picos às 20h), doenças intercorrentes (modestas diminuições em infecções agudas e cirurgias) e corticóides (podem diminuir de forma expressiva sua contagem). Esplenectomia e co-infecção pelo HTLV-1 podem causar valores altos de CD4 apesar da supressão imune. Diminuição de CD4 também pode ser encontrada em outras situações que não a SIDA: tuberculose, hepatite B, citomegalovirose, toxoplasmose, criptococose e síndrome de linfocitopenia CD4 Idiopática. A contagem de CD8 não prediz a evolução dos pacientes com SIDA. O CD3 é o antígeno restrito da linhagem de células pan-T, sendo útil para marcar células T normais ou neoplásicas.

Método

Citometria de fluxo

Condição

8,0mL de sangue total (EDTA/heparina/ACD).

CD2 e CD19, subtipagem de linfócitos

Comentários

A análise das células marcadas com anticorpos monoclonais através da citometria de fluxo possibilita a quantificação do número e percentual de células positivas para um determinado anticorpo. Quase todas as células T periféricas e teciduais e a maioria das células NK expressam o antígeno CD2. Um pequeno percentual de linfócitos T, que são CD3 positivos, são CD2 negativos. O antígeno CD19 está expresso em mais de 95% dos linfócitos B periféricos e dos tecidos linfóides. A subtipagem de linfócitos é útil na avaliação das imunodeficiências congênitas, no diagnóstico e classificação de leucemias e linfomas.

Método

Citometria de fluxo

Condição

8,0mL de sangue total (EDTA/heparina/ACD).

CCP, anti

Comentários

Teste útil no diagnóstico e prognóstico da artrite reumatóide (AR). A citrulina é um aminoácido não usual resultante da modificação pós-translacional de resíduos de arginina pela enzima peptidil-arginina deaminase (PAD). Anticorpos dirigidos contra peptídios ou proteínas citrulinadas (anti-CCP) são encontrados principalmente em pacientes com AR. Raramente podem ser encontrados em pacientes com lupus eritematoso sistêmico (9%), artrite psoriásica (8%) e na população normal (0,4%), geralmente em valores baixos. Este teste apresenta sensibilidade para AR similar à do fator reumatóide, porém com especificidade superior (95-98%). Nos pacientes com artrite de início recente, é importante ferramenta para predizer evolução para AR, e marcador de evolução mais agressiva. A determinação conjunta com o fator reumatóide determina especificidade próxima a 100% para o diagnóstico da AR.

Método

Imunoensaio enzimático

Condição

0,5mL de soro.

Caxumba, anticorpos IgM e IgG

Comentários

A caxumba é causada por um paramyxovirus. A sorologia permite avaliar a resposta à infecção natural ou à imunização. A presença de anticorpos da classe IgM indica infecção recente, podendo ser detectados nos primeiros dias e mantendo-se por 1 a 3 meses. Em quadros crônicos, pós-vacinais ou de transferência de imunidade (filhos de mães imunes ou uso de gamaglobulina hiperimune), anticorpos IgM estão ausentes. Os anticorpos da classe IgG surgem logo após a IgM e mantêm-se em níveis protetores de forma duradoura. Os recém-nascidos de mães imunizadas, naturalmente ou por vacinação, apresentam níveis protetores de IgG até cerca de 6 meses de idade.

Método

Imunoensaio enzimático

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

Cardiolipina, auto-anticorpos IgG, IgM, IgA

Comentários

Teste utilizado no diagnóstico da síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF). Esta pode ocorrer de forma isolada ou associada a outras doenças auto-imunes (LES em 15% dos casos). Anticorpos antifosfolípides estão associados a manifestações clínicas vasoclusivas, que incluem tromboembolismo venoso, oclusão arterial, livedo reticular, manifestações obstétricas como aborto e perda fetal, além de manifestações hematológicas como trombocitopenia.

O diagnóstico é realizado quando uma ou mais manifestações clínicas (trombose vascular e/ou morbidade gestacional) são encontradas e pelo menos um dos critérios laboratoriais é encontrado. Na pesquisa laboratorial para anticorpos anti-fosfolípides é recomendado a realização de ensaios para pesquisa de anticoagulante lúpico, anticorpos anti-cardiolipina e anticorpos anti2-glicoproteína 1, pois podem estar presentes de forma isolada.

1 cita os critérios laboratoriais para o diagnóstico da síndrome anticorpo anti-fosfolípides:

Critérios laboratoriais para o diagnóstico da síndrome anti-fosfolípides

1) A presença de anticorpos anti-cardiolipina IgG e ou IgM em soro ou plasma, com títulos médios ou altos, em duas ou mais ocasiões com intervalo de pelo menos doze semanas de diferença, mensurados pelo um método ELISA padronizado

2) Anticoagulante lúpico presente em plasma, em duas ou mais ocasiões com pelo menos doze semanas de diferença detectados de acordo com o Comitê Internacional Científico e de Padronização de Homeostase e Trombose.

3) Anticorpos anti2 glicoproteína 1 em soro ou plasma , em títulos > percentil 99th, em duas ou mais ocasiões com pelo menos doze semanas de diferença, mensurados por um método ELISA padronizado

Nota: É necessária a presença de pelo menos um dos critérios acima

Anticorpos contra fosfolípides podem ser identificados de três formas: 1) reação falso-positiva para sífilis através de VDRL reagente; 2) ensaio para anticoagulante lúpico; 3) ensaio para anticorpos anti2-glicoproteína 1; 4) dosagem de anticorpos anti-cardiolipina por ELISA. Anticorpos anti-cardiolipina IgG estão presentes em níveis moderados a elevados (maior que 40 GPL) e são mais específicos que os IgM para síndrome do AFL. Entretanto, alguns casos apresentam anticorpos apenas IgM ou, mais raramente, IgA. Podem estar presentes em outras doenças como: artrite reumatóide, doenças infecciosas (sífilis, tuberculose, hanseníase, endocardite infecciosa, infecção pelo HIV e infecções virais agudas) e em indivíduos utilizando clorpromazina. Nesses casos encontra-se, em geral títulos baixos e do isotipo IgM, não se observando fenômenos trombóticos. É importante lembrar que testes negativos não afastam completamente a presença de anticorpos antifosfolípides. Na vigência de uma trombose aguda, os títulos destes anticorpos podem declinar transitoriamente a níveis normais.

Veja também Anticoagulante lúpico.

Método

Imunoensaio enzimático

Condição

0,2mL de soro para cada.

Jejum Obrigatório 8h.

Carboidratos, cromatografia na urina

Comentários

Normalmente a urina não apresenta açúcares em quantidades detectáveis. A cromatografia é útil para identificar o tipo de carboidrato presente na urina: xilose, frutose, glicose, galactose, maltose e lactose. A presença de um destes açúcares na urina pode refletir o consumo dietético de carboidrato, mas pode também ser indicativa de uma desordem do metabolismo do carboidrato.

Veja também Triagem urinária mínima dos erros inatos do metabolismo.

Método

Cromatografia em camada delgada de celulose

Condição

Urina recente (jato médio da 1a urina da manhã).

Armazenar em frasco limpo, próprio para a coleta de urina.

Campylobacter, cultura

Comentário

Os membros do gênero Campylobacter são bastonetes curvos Gram-negativos. O isolamento e identificação dos Campylobacter spp. são úteis no diagnóstico dos quadros de enterocolite aguda. A maioria das infecções por estas bactérias é adquirida pela ingestão de leite cru, derivados de aves domésticas e água contaminada. Sua infecção manifesta-se com diarréia, febre e dor abdominal. São agentes freqüentes de diarréia infecciosa adquirida na comunidade.

Método

Semeadura em meio específico.

Condição

Fezes recentes in natura e em meio de transporte (Cary-Blair).

Colocar de 1 a 2 gramas, preferencialmente com muco, pus ou sangue no meio de Cary-Blair.

Preferencialmente, não estar em uso de antimicrobiano.

Calymatobacterium granulomatis, pesquisa – Donovanose

Comentário

A donovanose ou granuloma venéreo é uma doença causada pelo Calymmatobacterium granulomatis que cursa com lesões granulomatosas genitais. O C. granulomatis é um Gram-negativo que se cora com maior intensidade no centro, sendo encontrado em maior quantidade dentro do macrófago, sob a forma de pequenos corpos ovais denominados de corpúsculos de Donovan. Sua pesquisa é útil no diagnóstico diferencial de outras lesões anogenitais como condiloma acuminado, cancro mole, sífilis e carcinoma espinocelular.

Método

Giemsa.

Condição

Esfregaço da lesão ou biópsia de borda da lesão. Preferencialmente, não estar em uso de antimicrobiano.

Raspar profundamente a borda da lesão, preferencialmente em áreas de granulação ativa, evitando locais em que possa haver infecção secundária.

Cálculo renal, análise física e química

Comentários

A identificação dos constituintes do cálculo renal é de grande importância para orientar a conduta médica uma vez que 80% dos pacientes apresentam quadros recorrentes de litíase urinária. Na presença dos cálculos de oxalato de cálcio a propedêutica deve ser complementada com a dosagem do cálcio sérico, urinário e dosagem do PTH sérico.

Os cálculos de ácido úrico decorrem de hiperuricemia ou hiperuricosúria, os de estruvita (fosfato amoníaco magnesiano) são os chamados -cálculo de infecção-, estando associados a infecções por germes desdobradores da uréia (Proteus, Pseudomonas e Klebsiella). Os cálculos de cistina são raros e decorrentes de uma rara condição autossômica recessiva, a cistinúria.

Veja também Teste de PAK e Nefrolitíase.

Método

Análise físico-química

Condição

Enviar cálculo em frasco de vidro limpo e seco.

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