Vitamina C

Comentários

A vitamina C (ácido ascórbico) é um antioxidante essencial que apresenta meia-vida de 16 dias. O seu principal uso clínico é na pesquisa da deficiência de vitamina C (escorbuto) que manifesta-se 60 a 90 dias após a privação desse oligoelemento. A hipervitaminose C pode gerar aumento dos níveis de oxalato com formação de cálculos renais. A determinação por HPLC é o método de escolha. Níveis baixos também são encontrados em pacientes com sepse, pós-operatório, SIDA, na síndrome do desconforto respiratório, tabagismo, Doença de Addison, cirrose, grandes queimados, pancreatite, uso de contraceptivos orais, aspirina, barbitúricos, estrógenos, contato com metais pesados, nitrosaminas e paraldeído.

Método

Cromatografia Líquida de Alta Performance – HPLC

Condição

1,5mL de soro ou plasma (EDTA).

Jejum obrigatório 8 horas

Usar frasco âmbar

Informações necessárias

Informar medicamentos em uso

Desidrogenase láctica – LDH

Comentários

Sangue: é uma enzima que catalisa a conversão de lactato a piruvato, sendo liberada na ocorrência de dano celular. Elevação dos níveis de LDH ocorre em neoplasias, hipóxia, cardiopatias, anemia hemolítica, anemia megaloblástica, mononucleose, inflamações, hipotireoidismo, pneumopatias, hepatites, etilismo, pancreatite, colagenoses, trauma e obstrução intestinal. Hemólise pode levar a resultados falsamente elevados.

Líquido pleural: é um critério para diferenciação entre exsudato e transudato. A relação LDH pleural/sérica > 0,6 e LDH pleural > 200 U/L indicam exsudato, com sensibilidade de 98% e especificidade entre 70 e 98%. Níveis de LDH acima de 1.000 U/L são encontrados em neoplasias e empiema. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.

Líquido ascítico: normalmente níveis de LDH no líquido ascítico são 50% dos valores séricos. Está elevada nas peritonites (espontâneas e secundárias), tuberculose peritoneal e carcinomatoses. A razão LDH pleural/sérica maior que 0,6 sugere exsudato. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.

Líquor: níveis normais de LDH no líquor são 10% da LDH no sangue. Níveis elevados são encontrados no acidente vascular cerebral, tumores do sistema nervoso central e meningites. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.

Método

Enzimático

Condição

0,8mL de soro – líquido ascítico – líquido pleural – líquor.

Depuração da água livre

Comentários:

Permite estimativa da função renal de reabsorção tubular através da relação entre os componentes osmoticamente ativos da urina e a água livre, correlacionados ao fluxo urinário. Trata-se de uma das últimas funções renais a serem perdidas na insuficiência renal. Está aumentada na necrose tubular aguda (NTA) e na insuficiência renal crônica, sendo útil na diferenciação entre a uremia pré-renal, renal e pós-renal.

Método:

Determinação da Osmolalidade por crioscopia

Condição

0,5mL de soro + 5,0mL de urina 24h.

Vitamina D3 – 25-hidroxivitamina D3

Comentários

A 25″OH”vitamina D3 é a medida preferida para avaliar o status nutricional. Valores diminuídos são associados com insuficiência dietética de vitamina D, doença hepática, má absorção, exposição ao sol inadequada e síndrome nefrótica. Valores aumentados de 25″OH”vitamina D3 são associados à intoxicação por vitamina D. Pode apresentar”se em baixas concentrações (dentro do valor de referência) nos quadros de obesidade, sarcoidose, calcinose tumoral hiperfosfatêmica, tuberculose, hiperparatireoidismo primário e no raquitismo tipo II vitamina”D dependente.

Método

Cromatografia Líquida de Alta Performance ” HPLC

Condição

1,8mL de soro ou plasma

Jejum obrigatório. 8 horas

Vitamina E

Comentários

É uma vitamina lipossolúvel antioxidante que previne danos nas membranas celulares por radicais livres. A sua forma mais ativa é o alfa-tocoferol. Sua dosagem é útil na investigação da sua deficiência (quadro neurodegenerativo, anemia hemolítica e alteração visual). Níveis baixos podem ser determinados por má absorção (pancreatite, fibrose cística, atresia de vias biliares, ressecções intestinais), prematuridade, etilismo, cirrose, uso de anticonvulsivante, colestiramina, óleos minerais e contraceptivos orais.

Método

Cromatografia Líquida de Alta Performance – HPLC

Condição

1,5mL de soro.

Jejum obrigatório 8 horas

Usar frasco âmbar. Informar medicamentos em uso

Weil-Felix – Riquettsiose

Comentários

Teste baseia-se na aglutinação de cepas de Proteus, as quais possuem antígenos comuns às riquétsias, sendo útil no diagnóstico das riquetsioses (tifo endêmico, tifo murino, febre Q e febre maculosa). Destaca-se em nosso meio a febre maculosa, causada pela Rickettsia rickettsi. Na vigência de quadro clínico, a reação de Weil-Felix positiva em títulos de 1:160 ou maiores é indicativa de infecção recente. Testes são pouco sensíveis para detecção de infecções com menos de 21 dias de sintomatologia. A reação é negativa no Tifo recrudescente e na febre Q.

Método

Aglutinação (Proteus Ox19)

Condição

0,4mL de soro.

Jejum obrigatório 8 horas.

Widal, reação de – Febre tifóide

Comentários

Teste de soroaglutinação útil no diagnóstico da febre tifoide e febre paratifoide. A febre tifoide é uma doença causada pela Salmonella typhi, e a febre paratifoide pelas Salmonella paratyphi A, B e C. Manifestam-se com febre, cefaleia, alterações gastrointestinais, esplenomegalia, erupções cutâneas, astenia e prostração. O desenvolvimento de anticorpos ocorre em 25% a 100% dos casos, dependendo da severidade da doença e da época da coleta da amostra. Aglutininas anti-O são as primeiras a surgir, por volta do 10º dia de doença, e desaparecem em 30 dias. As aglutininas anti-H surgem no fim da segunda semana com títulos ascendentes até a 30 dias, quando começam à declinar. A queda é lenta e podem persistir por anos. Diante de um quadro clínico sugestivo, a positividade das aglutininas anti-O é o dado de maior valor diagnóstico. A sorologia possui maior valor diagnóstico quando são coletadas duas amostras (fase aguda e convalescença), onde aumento nos títulos em quatro vezes é sugestivo da infecção. Em áreas endêmicas o valor diagnóstico de uma amostra é menor, sendo considerado a presença de títulos iguais ou maiores que 1:160 como indicativos de infecção aguda. No caso da ocorrência de títulos baixos, sugere-se a repetição da reação após uma semana. Falso-negativos podem ocorrer na presença de perfuração intestinal, uso de antibióticos ou corticóides.

Método

Aglutinação

Condição

0,3mL de soro.

Jejum obrigatório de 8 horas

Yersinia enterocolitica, cultura

Comentário

A Yersinia enterocolitica é transmitida por água, leite e alimentos. Inúmeros animais são reservatórios: cães, carneiros, porcos e gatos. A transfusão de sangue pode também transmitir a doença. Manifesta-se com febre, diarreia, linfadenite mesentérica, dor abdominal, ileíte terminal e ocasionalmente disenteria. Pode, ainda, evoluir com artrite e abscesso hepático. A cultura em meios especiais para fezes recentes confirma a suspeita diagnóstica.

Método

Semeadura em meio específico.

Condição

Fezes recentes. Colher, preferencialmente, antes da administração de antibióticos.

Deoxipiridinolina

Comentários

A deoxipiridinolina e a piridinolina constituem as ligações cruzadas da estrutura helicoidal do colágeno tipo I. A quantidade de piridinolina e deoxipiridinolina urinárias refletem a reabsorção óssea (atividade osteoclástica) sendo xcretadas na razão 3:1 (deoxipiridinolina/piridinolina). A deoxipiridinolina é mais sensível que a piridinolina, não sendo influenciada pela dieta. Considerando que a excreção desses marcadores é maior à noite, e que variações de até 20% podem ocorrer durante o dia, deve-se preferir a coleta de 24 horas. Para monitorização da resposta terapêutica, esses marcadores permitem detecção de alterações de forma mais rápida que a densitometria óssea (2 a 10 semanas). Níveis elevados são encontrados na osteoporose, Doença de Paget, metástases ósseas, hiperparatireoidismo e hipertireoidismo. Hipotireoismo pode diminuir níveis excretados.

Veja também Piridinolina.

Método

Cromatografia Líquida de Alta Performance – HPLC

Condição

10mL de urina (urina 2h – 12h – 24h).

Usar HCL 50% 20 mL/L de urina (adulto) ou 10mL/L de urina (criança).

Refrigerar e proteger da luz (frasco âmbar).

Dengue, sorologia

Comentários

São conhecidos quatro sorotipos do vírus do dengue: Den 1, Den 2, Den 3 e Den 4. O vírus do dengue é da família flavivírus que contém 70 espécies, entre elas o vírus da febre amarela. Todos os flavivírus têm epítopos em comum no envelope protéico, o que possibilita reações cruzadas em testes sorológicos.

Imunoensaio enzimático IgM: baseia-se na detecção de anticorpos IgM específicos para os quatro sorotipos. Detecta anticorpos anti-IgM em 80% dos pacientes com 5 dias de doença, 93% dos pacientes com 6 a 10 dias de doença e 99% entre 10 e 20 dias. IgM é detectado na infecção primária e na infecção secundária, com títulos mais altos na primeira. Uma pequena porcentagem de pacientes com infecção secundária não têm IgM detectável. Na infecção terciária os títulos são mais baixos ou ausentes. Em alguns casos de infecção primária, IgM pode persistir por mais de 90 dias, mas na maioria é indetectável após 60 dias do início do quadro clínico. Apresenta índice de falso-positivo de 1,7%. Deve-se embrar que causa comum de falso-negativo é a coleta prematura da amostra (antes do 5º dia). Reações cruzadas com outras flaviviroses são citadas para ELISA IgM.

Imunoensaio enzimático IgG: anticorpos IgG na dengue são menos específicos que o IgM, havendo possibilidade de reações cruzadas entre as flaviviroses, o que acarreta em altas taxas de falso-positivos. Deve-se lembrar da possibilidade de transferência vertical de IgG materna a crianças, e da ocorrência de IgG positivo em pacientes vacinados contra febre amarela. Ressalta-se que a combinação de ELISA IgM e IgG é importante para o diagnóstico do dengue em pacientes em áreas endêmicas, pois parte dos pacientes reinfectados podem não apresentar elevações de IgM.

Veja também PCR para Dengue.

IgG e IgM

Método

Imunoensaio ezimático

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

Aconselhável realizar 07 dias após início dos sintomas.

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