Imunoglobulinas – IgG, IgA, IgM

Comentários

As dosagens de imunoglobulinas são úteis nos estudos das gamopatias monoclonais, gamopatias policlonais, imunodeficiências congênitas e adquiridas. A IgG é a principal imunoglobulina (3/4 do total) podendo estar elevada no mieloma IgG, sarcoidose, doença hepática crônica, doenças autoimunes e infecções. A IgG pode estar diminuída na imunodeficiência adquirida, deficiências congênitas, gestação, síndromes perdedoras de proteínas, macroglobulinemia de Waldenströn, mieloma não secretor de IgG. A IgM, primeira imunoglobulina a surgir na resposta imunológica, encontra-se elevada na Macroglobulinemia de Waldenströn, doença hepática e infecções crônicas. A IgM pode estar reduzida na imunodeficiência adquirida, deficiências congênitas, gestação, síndromes perdedoras de proteínas, e mieloma não secretor de IgM. A ocorrência de efeito gancho é possível quando da presença de níveis elevados de imunoglobulina.

Método

Nefelometria

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

SANGUE – SUBCLASSES DE IMUNOGLOBULINA IgG

Comentários

A imunoglobulina G (IgG) é constituída de 4 subclasses: IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4. Na regulação da resposta imunológica contra antígenos protéicos, os anticorpos produzidos são usualmente das subclasses IgG1 ou gG3. Quando o estímulo antigênico é feito por polissacárides, incluindo cápsulas de bactérias, os anticorpos produzidos são principalmente da subclasse IgG2. Anormalidades nos níveis de subclasses de IgG têm sido relatadas, mais particularmente em pacientes com gamopatias monoclonais e infecções associadas a imunodeficiências primárias e secundárias. Baixas concentrações, ou mesmo ausência de IgG2 e IgG3, estão associadas a infecções recorrentes das vias respiratórias, causadas principalmente por pneumococos e hemófilos. No sangue de adultos, 70% das imunoglobulinas da classe IgG são IgG1; 20% IgG2; 6% IgG3 e 4% e IgG4. Deve-se ressaltar que o método utilizado para dosagem das subclasses de IgG é diferente do utilizado para determinação da IgG total, podendo haver diferenças entre o valor do último e a soma das subclasses.

Método

Nefelometria

SANGUE – SUBCLASSES DE IMUNOGLOBULINAS IgG

Condição

0,5mL de soro

Jejum Obrigatório 8h.

LÍQUOR – IgG

Comentários

A dosagem de IgG no líquor é utilizada para avaliar o envolvimento do sistema nervoso central com infecções, neoplasias ou doença neurológica primária, em particular, a esclerose múltipla. Entretanto, níveis normais de IgG não excluem doença.

Método

Nefelometria

Condição

0,5mL de líquor.

Obs: O teste imunológico no líquor deve ser realizado em paralelo com o soro, devido a possibilidade de contaminação do material durante a punção.

SALIVA – IgA

Comentários

Teste útil na avaliação da imunodeficiência primária, que nas crianças está freqüentemente associada a infecções otorrinolaringológicas. A IgA está presente no sangue, secreções do trato gastrintestinal e respiratório, saliva e lágrimas bloqueando o transporte de microorganismos nas mucosas.

Método

Nefelometria

Condição

0,5mL de saliva.

Imunofixação

Comentários

Quando paraproteínas são detectadas na eletroforese de soro, urina ou líquor, devem ser classificadas pela imunofixação. As imunoglobulinas monoclonais, também chamadas de paraproteínas ou proteínas M, derivam de uma única linhagem de células plasmáticas que podem produzir altas concentrações de um único anticorpo monoclonal que aparece como uma linha estreita na eletroforese (ex.: mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström, amiloidose, gamopatia monoclonal de significado indeterminado). A imunofixação, que substituiu a técnica de imunoeletroforese por ser mais sensível e rápida, combina as técnicas de eletroforese e imunoprecipitação. Após a separação das proteínas séricas por eletroforese, anti-soro (contra IgA, IgG, IgM, cadeia leve kappa e lambda) é colocado sobre as frações separadas. As proteínas não precipitadas são lavadas e o imunoprecipitado é a seguir corado. A presença de proteína M é caracterizada na imunofixação pela presença de uma banda bem definida associada com uma classe de cadeia pesada (IgM, IgG, ou IgA) e banda de mesma mobilidade que reage com cadeia kappa ou lambda. Este método tem grande aplicação na identificação de proteínas M presentes em pequenas quantidades, que são difíceis de detectar por outros métodos em sangue, urina e líquor.

Veja também Eletroforese de proteínas, Proteína de Bence-Jones, Cadeias leves kappa e lambda.

Método

Imunofixação

Condição

0,5mL de soro – 5,0mL de líquor – 5,0mL de urina 24h.

Soro: Jejum Obrigatório 8h.

Urina: Não usar conservante. Refrigerar.

IGF-1 – Somatomedina C

Comentários

O IGF-1 é um peptídeo produzido principalmente no fígado e em outros tecidos por estímulo do hormônio do crescimento. Valores baixos são observados nos extremos da idade (primeiros 5-6 anos de vida e na senilidade), hipopituitarismo, desnutrição, diabete melito, hipotireoidismo, síndrome de privação materna, atraso puberal, cirrose, hepatoma, nanismo de Laron e em alguns casos de baixa estatura com resposta ao GH normal aos testes de estímulo. Valores baixos são também encontrados nos tumores de hipófise não funcionantes, no atraso constitucional do crescimento e com a anorexia nervosa. Valores altos ocorrem na adolescência, puberdade precoce verdadeira, gestação, obesidade, gigantismo e acromegalia, retinopatia diabética. É um excelente teste para acromegalia já que apresenta pouca variação durante o dia, ao contrário do HGH. Nível de IGF-1 normal é uma evidência contra a deficiência do HGH.

Método

Quimioluminescência

Condição

0,3mL de soro.

Jejum Desejável 4h.

IgE

Comentários

A imunoglobulina E possui meia-vida biológica de um a cinco dias, circulando no sangue como um monômero. Os níveis médios de IgE aumentam progressivamente em crianças saudáveis até a faixa etária de 10 a 15 anos e declinam aos níveis anteriores após a oitava década de vida. A produção IgE a um determinado antígeno é dependente do grau e da freqüencia da exposição. Os testes sangüíneos de alergia são a IgE total e IgE específico para alérgenos isolados ou em conjunto (múltiplos). São úteis para complementar o diagnóstico clínico de alergia. IgE total: em crianças com até três anos de idade é bom indicador da presença de alergia. Após esta idade IgE total pode elevar-se devido a parasitoses intestinais e contatos mais intensos com outros alérgenos, não tendo valor diagnóstico. Também eleva-se em outras condições: imunodeficiências (ex.: síndrome de Wiskott-Aldrich, síndrome de DiGeorge´s, síndrome de Nezelof), síndrome -Hiper-IgE- e na aspergilose broncopulmonar. A mensuração de IgE total sérica, de forma isolada, apresenta valor limitado como método de triagem de doenças alergológicas pois muitos pacientes com níveis elevados de IgE específico apresentam níveis de IgE total dentro da normalidade. IgE específicos e múltiplos: usado no diagnóstico de alergias respiratórias, cutâneas, a alimentos, picada de insetos, ácaros, pólen, pó domiciliar e na hipersensibilidade a drogas. Não há a interferência de anti-histamínicos.

Podem ser realizados IgE múltiplos para vários alérgenos de forma conjunta. O sistema immunoCap (fluoroimunoensaio) apresenta maior sensibilidade analítica, utilizando padrões de IgE da Organização Mundial de Saúde (DMS), o que lhe confere maior reprodutibilidade. Até 15% de indivíduos saudáveis, não atópicos, podem apresentar resultados de IgE específicos positivos. O grau de positividade do IgE múltiplo não pode ser comparado com os resultados de um teste IgE específico isolado, e não deve ser interpretado como cumulativo do grau de positividade de cada um dos IgE específicos.

Método

Fluoroimunoensaio – ImmunoCAP

IA2, anti

Comentários

O diabetes mellitus tipo 1 é caracterizado pela infiltração linfocítica das ilhotas pancreáticas e auto-anticorpos contra uma variedade de antígenos das células beta pancreáticas. IA2 é expressa em células endócrinas secretoras de peptídeos e neurônios contendo grânulos secretores. Anticorpos anti IA-2 são encontrados em 48% a 80% dos pacientes com diagnóstico recente de diabetes mellitus tipo 1 (ou em pré-diabéticos). São encontrados em 2% dos parentes de primeiro grau dos pacientes diabéticos tipo 1 e correlaciona-se com rápida progressão da doença. O risco total para os parentes de diabéticos com anti-IA2 positivo desenvolverem diabetes é de 40% a 80% em cinco anos.

Método

Radioimunoensaio

Condição

0,2mL de soro.

Jejum Desejável 4h.

HTLV I e II, sorologia

Comentários

O vírus HTLV está associado a leucemias e desordem neurológica crônica (paralisia espástica tropical). Sua triagem em bancos de sangue é obrigatória devido sua transmissão parenteral. Cerca de 20% dos infectados desenvolvem quadros neurológicos ou leucemia após 20 anos de infecção. Métodos imunoenzimáticos são utilizados como testes de triagem. Falso”positivos podem decorrer de anticorpos anti”HLA e sucessivos congelamentos e descongelamentos das amostras. A confirmação diagnóstica deve ser realizada com o PCR para HTLV.

Método – sangue

Imunoensaio enzimático

Condição

0,3mL de soro ou plasma (heparina, citrato ou EDTA).

Jejum Obrigatório 8h.

Método – líquor

Aglutinação

Condição

0,3mL de liquor.

A pesquisa de anticorpos no líquor, deve ser realizado em paralelo com o soro, devido a possibilidade de contaminação do material durante a punção.

Hormônio luteinizante – LH

Comentários

O LH é o hormônio estimulador das células intersticiais nos ovários e nos testículos. No sexo feminino, seu grande aumento no meio do ciclo induz à ovulação. Se for dosado de maneira seriada, pode determinar a data da ovulação. É secretado de maneira pulsátil, o que parece ser fundamental para a sua ação. A interpretação de uma única medida pode ser de limitado auxíllio clínico. Níveis aumentados de LH com FSH normal ou baixo podem ocorrer com obesidade, hipertireoidismo e doença hepática. Eleva-se nas patologias primariamente gonadais, mostrando-se em níveis baixos nos hipogonadismos de origem hipofisária e hipotalâmica. Na Síndrome dos Ovários Policísticos pode encontrar-se em valores acima do normal, valorizando-se a relação LH/FSH maior que dois. Eleva-se na menopausa mais tardiamente que o FSH. Realizamos a dosagem de LH (rápido) por outra metodologia para casos de fertilização in vitro.

Método

Quimioluminescência

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Desejável 4h.

Informações necessárias

Para mulher, questionar:

Regularidade menstrual (duração do ciclo), se irregular há quanto tempo se tornou irregular e se é necessário uso de medicamentos para que ocorra a menstruação; data da última menstruação;

Gravidez, idade gestacional;

Uso atual ou prévio de anticoncepcional ou outros hormônios, e tempo de interrupção se uso prévio;

Para criança, questionar:

Atraso de desenvolvimento puberal;

Atraso do crescimento;

Desenvolvimento puberal precoce, menstruação (se feminino).

Homocistina, pesquisa na urina

Comentários

Trata-se de um teste de triagem. Apresenta menor especificidade que a cromatografia de aminoácidos no diagnóstico da homocistinúria. Alguns dos pacientes com esta aminoacidopatia excretam quantidades equenas de homocistina na urina, principalmente no período neonatal, sendo o teste negativo. Manifesta-se desde o nascimento com amplo espectro de anormalidades clínicas: miopia, retardo mental, osteoporose, deformidades esqueléticas, livedo reticular, rash malar e tendência à trombose arterial e venosa.

Veja também Triagem urinária mínima dos erros inatos do metabolismo

Método

Colorimétrico

Condição

Urina (jato médio 1a urina da manhã – urina 12h ou 24h).

Homocisteína

Comentários

A homocisteína é um aminoácido formado no metabolismo da metionina. Sua remetilação à metionina é dependente da cobalamina, do ácido fólico e da riboflavina. A homocisteína em níveis elevados é um fator de risco independente e forte de aterosclerose (doença coronariana, carotídea, vascular periférica) e trombose. Valores elevados podem ser indicativos de deficiências de vitaminas B6, B12 (cobalamina), ácido fólico e riboflavina. Hiperomocisteinemia em grávidas está associada a defeitos do tubo neural. Valores elevados também podem ser encontrados no uso de ciclosporina, corticóides, fenitoína, metotrexato, trimetoprim, na insuficiência renal crônica, hipotireoidismo e em erros inatos do metabolismo (homocistinúria).

Veja também Triagem urinária mínima dos erros inatos do metabolismo.

Método

Cromatografia Líquida de Alta Performance – HPLC

Condição

1,5mL de plasma (EDTA).

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