Osteocalcina

Comentários

A osteocalcina (OC) é uma proteína da matriz óssea produzida pelos osteoblastos. Na formação da matriz óssea, 10% a 40% da OC sintetizada é liberada na circulação. Possui meia-vida de cinco minutos, sofrendo hidrólise no fígado e depuração renal. Ensaios não são padronizados e diferentes anticorpos reconhecem diferentes fragmentos da OC. Os fragmentos amino-terminais (20-49aa) e a forma intacta são os mais abundantes no plasma. A osteocalcina é bastante instável in vitro, sendo que a OC intacta é rapidamente hidrolisada em temperatura ambiente e mais lentamente a 4ºC. Está reduzida em soros lipêmicos devido à sua ligação com os lípides. Sua liberação tem ritmo circadiano, sendo que entre o pico (4h) e o nadir (17h), a diferença pode chegar a 30%. Deve-se ainda considerar variações no período menstrual (mais alta na fase lútea) e genéticas (até 40%). Na osteoporose pós-menopausa encontramos valores iguais, elevados ou reduzidos em relação aos controles normais. Níveis de OC estão elevados na Doença de Paget, hiperparatireoidismo primário e insuficiência renal. Níveis são mais altos em crianças, e homens apresentam valores mais elevados do que as mulheres. Diminuição dos níveis ocorre no hipoparatireoidismo e no hipotireoidismo. Valores reduzem no tratamento da osteoporose.

Método

Eletroquimioluminescência

Condição

0,7mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

Osmolalidade

Comentários

Soro: a osmolalidade é proporcional à quantidade de partículas de uma solução. Usado na avaliação do equilíbrio hidroeletrolítico, ácido-básico, hepatopatias, avaliação do ADH e no coma hiperosmolar. Encontra-se elevada na hipernatremia, desidratação, hipovolemia, hiperglicemia, uremia, no uso de tiazídicos, corticóides, cimetidina, etanol e metanol. Osmolaridade diminuída ocorre na hipervolemia, hiponatremia e SIADH.

Urina: usada na avaliação da capacidade de concentração renal, distúrbios hidroeletrolíticos, SIADH, diabetes insipidus e amiloidose.

Veja também Teste de Restrição Hídrica.

Método

Crioscopia

Condição

0,5mL de urina recente ou 24h e/ou 0,5mL de soro ou plasma (heparina).

Oograma

Comentários

Oograma é um exame microscópico do fragmento da mucosa retal que permite a contagem e classificação dos  vos de Schistosoma mansoni. É um método invasivo que fornece avaliação rápida da eficácia terapêutica através do estudo da idade dos ovos encontrados e sua classificação. Um resultado negativo pode decorrer da morte da fêmea, mas também da interrupção temporária da postura de ovos.

Método

Pesquisa direta por microscopia ótica (análise qualitativa e quantitativa)

Condição

Fragmentos da mucosa retal.

Neutrófilos, pesquisa

Comentários

A pesquisa de neutrófilos em materiais diversos ajuda na elucidação diagnóstica de numerosas patologias. Sugere, na maioria das vezes, processos infecciosos ou inflamatórios de vias urinárias, pulmonares, intestinais, oculares e outros, de acordo com o material examinado.

Método

Coloração pelo May-Grunwald/Giemsa

Condição

Fezes, urina, escarro, secreção nasal, lavado brônquico, secreção conjuntival.

Neisseria gonorrhoeae, cultura

Comentário

É o agente da gonorréia. Apresenta transmissão sexual e pode ser transmitida verticalmente ao recém-nascido (conjuntivite). Parte dos infectados é assintomática, principalmente mulheres. Infecções não tratadas evoluem com prostatite, epididimite e estreitamento uretral em homens, doença inflamatória pélvica e esterilidade em ulheres. Embora a identificação de diplococos Gram-negativos em leucócitos de secreção uretral tenha sensibilidade de 95% a 99% (em homens), a confirmação com cultura deve ser considerada quando disponível. Testes de biologia molecular (PCR) substituem a cultura sendo o método de escolha para a confirmação diagnóstica.

Veja também PCR para Neisseria e PCR Multiplex para DST.

Método

Semeadura em meio específico.

Condição

Secreção uretral, endocervical, retal, faríngea, conjuntival, punção de articulações, líquor, sangue, etc.

Observações:

A vagina da mulher adulta raramente é infectada, sendo recomendada a coleta no canal endocervical.

A bactéria não sobrevive na urina, sendo recomendada a coleta na uretra.

Deve-se, preferencialmente, não estar em uso de antimicrobianos.

Mycoplasma sp., cultura

Comentário

Os micoplasmas são os menores organismos de vida livre conhecidos. Trata-se de uma bactéria sem parede celular, não sendo susceptíveis a antibióticos beta-lactâmicos e nem coradas pelo Gram. Sua cultura está indicada no diagnóstico de uretrite não-gonocócica, pielonefrite, doença inflamatória pélvica e febre puerperal.

Veja também PCR para Mycoplasma e PCR Multiplex para DST.

Método

Isolamento em meios de cultura.

Condição

Secreção uretral, vaginal, swab endocervical, esperma ou 1º jato urinário.

Material uretral: colher antes da primeira urina do dia ou permanecer no mínimo 4 horas sem urinar.

Urina: primeiro jato da primeira urina matinal. Obs: a sensibilidade da amostra colhida na uretra é bem maior que a do 1º jato de urina.

Material endocervical: não estar menstruada ou fazendo uso de medicações tópicas.

Preferencialmente, não ter feito uso de antimicrobianos nos últimos 7 dias.

Mycoplasma pneumoniae, cultura

Comentário

O Mycoplasma pneumoniae comumente causa infecção respiratória. É responsável por 20% das pneumonias adquiridas na comunidade, mas também pode levar a infecções de vias aéreas superiores, meningoencefalites, cardites, alterações hematológicas, artrites e glomerulonefrites. Não é identificado pela cultura bacteriana de rotina.

Veja também PCR para Mycoplasma pneumoniae.

Método

Isolamento em meio de cultura.

Condição

Escarro, lavado brônquico, líquido pleural ou swab de nasofaringe.

Preferencialmente, não ter feito uso de antimicrobianos nos últimos 7 dias.

Mycoplasma pneumoniae, anticorpos IgG e IgM anti

Comentários

O Mycoplasma pneumoniae é responsável por 20% das pneumonias adquiridas na comunidade. A sorologia é útil para o diagnóstico etiológico, necessitando, entretanto, da determinação de anticorpos em duas amostras diferentes: uma colhida na fase aguda e outra na fase de convalescença. Um aumento significativo (quatro vezes) nos níveis de anticorpos é indicativo de infecção. Infecções prévias podem determinar títulos elevados, principalmente em maiores de 40 anos. A sorologia apresenta sensibilidade de 90%. Falso-positivos casionalmente são descritos em pacientes com outras infecções estreptocócicas, pancreatite, meningite e outros quadros de infecção aguda. Imunodeprimidos podem apresentar sorologia negativa na presença de infecção. A pesquisa de anticorpos contra o Mycoplasma pneumoniae apresenta maior sensibilidade que a pesquisa de crioaglutininas.

Método

Imunoensaio enzimático

Condição

0,5mL de soro para cada.

Jejum Obrigatório 8h.

Mycobacterium tuberculosis, anticorpos IgA e IgG anti

Comentários

O pilar diagnóstico da tuberculose é a identificação do microrganismo em secreções ou tecidos. A sorologia para o Mycobacterium tuberculosis pode ser utilizada como um importante complemento diagnóstico. A pesquisa de anticorpos contra o antígeno A60 (anti-A60) do Mycobacterium tuberculosis, por imunoensaio enzimático, pode ser realizada em soro, líquor, líquidos pleural e pericárdico. A sensibilidade do ensaio varia de acordo com a forma da tuberculose e com o material examinado. Obtemos maior poder diagnóstico quando associa-se a dosagem do IgG ao IgA anti-A60. De forma isolada, o IgG anti-A60 é superior ao IgA anti-A60 na maioria dos trabalhos publicados. Deve-se lembrar de que não podemos utilizá-la como método único para diagnosticar ou afastar a tuberculose. A presença de anticorpos não indica necessariamente infecção ativa ou recente, e crianças tendem a apresentar níveis de anticorpos mais baixos.

Método

Imunoensaio enzimático

IgA

Condição

0,5mL de soro – líquor – líquido pleural – líquido pericárdico.

Jejum Obrigatório 8h.

IgG

Condição

0,5mL de soro – líquor – líquido pleural – líquido pericárdico.

Jejum Obrigatório 8h.

Músculo liso, anticorpos anti – ASMA

Comentários

A detecção de anticorpos anti-músculo liso (ASMA) ocorre em 50% a 80% dos pacientes com hepatite auto-imune tipo 1, enquanto anticorpos anti-mitocondria estão geralmente presentes em pacientes com cirrose biliar primária, e anticorpos anti-LKM-1 estão presentes na hepatite auto-imune tipo 2. Títulos baixos (inferiores a 1:80) podem ser observados nas hepatites virais, cirrose biliar primária (35%), cirrose criptogênica, mononucleose infecciosa, asma, neoplasias e 5% dos pacientes normais.

Veja também anti LKM-1, anti-mitocôndria e FAN.

Método

Imunofluorescência indireta

Condição

0,2mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

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