Bacilo diftérico – Corynebacterium diphtheriae – PESQUISA

Comentários

Corynebacterium diphtheriae é o agente da difteria. Nos seres humanos, o C. diphtheriae pode se alojar no trato respiratório superior ou na pele. A difteria apresenta tempo de incubação de dois a quatro dias e manifesta-se com febre, odinofagia e tosse, seguindo-se da formação de pseudomembrana característica e linfonodomegalia cervical.

Pode evoluir com complicações, tais como miocardite e paralisia de nervos cranianos. A pesquisa fornece diagnóstico presuntivo de difteria.

Método

Microscopia – Coloração pelo Albert Laybourn e Gram.

Condição

Secreção de orofaringe, nasofaringe, lesões cutâneas ou outros materiais especificados pelo clínico.

Fazer 04 esfregaços em lâminas limpas e desengorduradas. Deixar secar ao ar. As amostras de secreção colhidas em lâminas devem ser enviadas em esfregaço dentro de frasco de citologia seco.

Swab de orofaringe: recomendado para pesquisa de portadores assintomáticos, nos exames de convalescentes e contactantes.

Pseudomembrana: levantá-la sem removê-la e colher o material por baixo. Fazer também esfregaços em lâminas (no mínimo dois). Não é aconselhável remover a pseudomembrana.

Informações necessárias

Informar medicamentos em uso.

CULTURA

Comentário

A cultura confirma o achado da bacterioscopia através do cultivo do microrganismo em meios específicos. Não procedemos à confirmação diagnóstica através da pesquisa de toxina.

Método

Semeadura em meios específicos, seguida de identificação presuntiva.

Condição

Secreção de orofaringe, nasofaringe e lesões cutâneas – raramente outras amostras.

Swab de orofaringe: recomendado para pesquisa de portadores assintomáticos, nos exames de convalescentes e contactantes.

Pseudomembrana: levantá-la sem removê-la e colher o material por baixo. Fazer também esfregaços em lâminas (no mínimo dois). Não é aconselhável remover a pseudomembrana.

Secreção da Nasofaringe (procedimento médico): colocar luvas e máscara facial protetora. Passar um swab dobrado na ponta (swab metálico) por trás da úvula, acima da orofaringe ou introduzir um swab flexível suave e profundamente pelo nariz, alcançando a nasofaringe. Girar o swab delicadamente para absorção do material.

Apolipoproteína A-1 e apolipoproteína B

Comentários

A apolipoproteína A-1 (apo A-I) é o principal componente protéico da partícula HDL. Participa da remoção do excesso de colesterol dos tecidos, sendo responsável pela ativação da colesterolaciltransferase que esterifica o colesterol plasmático. Da mesma forma que o HDL, é um fator de proteção contra doenças coronarianas e o acidente vascular cerebral, estando sua concentração baixa em pacientes com doença arterial coronariana. A apolipoproteína B (apo B-100) é um grande polipeptídeo, sendo o principal constituinte das partículas VLDL, IDL, LDL e da lipoproteína (a). A maioria da apo B-100 circulante encontra-se na partícula LDL sendo um fator de risco para doença coronariana. Fornece medida precisa do risco coronariano a pacientes com triglicérides elevados. Estudos sugerem que as determinações de apo A-I e apo B têm maior poder discriminatório, por apresentarem menores variações analíticas, que HDL e LDL, respectivamente, na definição do risco cardiovascular.

Método

Nefelometria

Condição

1,0mL de soro.

Jejum Obrigatório. 12h.

Aspergillus sp., anticorpos anti

Comentários

A sorologia é utilizada como método auxiliar no diagnóstico da aspergilose invasiva (pulmonar, meníngea). Teste negativo não exclui a doença. A sorologia é positiva em 90% dos pacientes com aspergilomas e 70% dos casos de aspergilose broncopulmonar alérgica. Pacientes imunocomprometidos, em uso de corticóides e antibióticos tendem a ter títulos mais baixos ou indetectáveis. Reações cruzadas com histoplasmose, blastomicose e paracoccidioidomicose podem ocorrer. Diagnóstico definitivo de aspergilose requer visualização ou isolamento do Aspergillus.

Método

Imunodifusão radial dupla

Condição

0,3mL de soro.

Antitrombina, funcional

Comentários

A Antitrombina (previamente conhecida como antitrombina III) é uma glicoproteína anticoagulante natural, que inibe a trombina e os fatores X e XI ativados. Sua deficiência está associada a um estado de hipercoagulabilidade, com o aumento do risco de trombose venosa. A deficiência de antitrombina III está presente em 1-2% dos casos de trombose, podendo ser congênita ou adquirida. As deficiências congênitas são divididas em tipo I e tipo II. No tipo I a concentração e a atividade da antitrombina estão diminuídas. No tipo II, apesar da concentração normal da antitrombina, a sua atividade funcional é baixa. Assim existem ensaios antigênicos, que determinam a quantidade da proteína, e ensaios funcionais. Uma vez que os ensaios funcionais identificam ambos os tipos de deficiência, os ensaios antigênicos só devem ser realizados se o ensaio funcional estiver diminuído, para que se defina precisamente o tipo de deficiência. As deficiências adquiridas são mais comuns e podem decorrer de redução da síntese hepática (hepatopatias crônicas, hepatite aguda), de aumento do consumo (tromboembolismo agudo, coagulação intravascular disseminada, cirurgia), perdas (síndrome nefrótica) e de outras causas (uso de heparina, uso de estrógenos, contraceptivos orais, L-asparaginase, fase tardia da gestação). Raramente o uso de anticoagulante oral pode levar a um aumento e normalização dos níveis de antitrombina em pacientes com deficiência hereditária. Ao nascimento, níveis de antitrombina são em média 63% dos níveis do adulto, aumentando a estes níveis aos seis meses de idade.

Método

Cromogênico

Condição

2,0mL de plasma citratado (citrato de sódio 3,2% proporção de 9 partes de sangue para 1 de anticoagulante).

Jejum Obrigatório 8h.

Informações necessárias

É desejável que o paciente não esteja usando anticoagulante oral por pelo menos 2 semanas e heparina por 48 horas. A suspensão de qualquer medicação deverá ser feita sob a supervisão e autorização do médico responsável pelo paciente.

Informar uso de anticoagulantes e qual a dosagem.

Apolipoproteína A-1 e apolipoproteína B

Comentários

A apolipoproteína A-1 (apo A-I) é o principal componente protéico da partícula HDL. Participa da remoção do excesso de colesterol dos tecidos, sendo responsável pela ativação da colesterolaciltransferase que esterifica o colesterol plasmático. Da mesma forma que o HDL, é um fator de proteção contra doenças coronarianas e o acidente vascular cerebral, estando sua concentração baixa em pacientes com doença arterial coronariana. A apolipoproteína B (apo B-100) é um grande polipeptídeo, sendo o principal constituinte das partículas VLDL, IDL, LDL e da lipoproteína (a). A maioria da apo B-100 circulante encontra-se na partícula LDL sendo um fator de risco para doença coronariana. Fornece medida precisa do risco coronariano a pacientes com triglicérides elevados. Estudos sugerem que as determinações de apo A-I e apo B têm maior poder discriminatório, por apresentarem menores variações analíticas, que HDL e LDL, respectivamente, na definição do risco cardiovascular.

Método

Nefelometria

Condição

1,0mL de soro.

Jejum Obrigatório. 12h.

Antígenos bacterianos, pesquisa no líquor

Comentários

Este método detecta antígenos bacterianos (Haemophilus influenzae tipo b, Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis grupo A, Neisseria meningitidis grupo C, Neisseria meningitidis grupo B e Escherichia coli k1) no líquor, permitindo diagnóstico rápido de meningites. Entretanto, não substitui o Gram e a cultura. O diagnóstico confirmatório de infecções bacterianas no líquor somente é possível com o isolamento em cultura. Resultados falso-negativos podem ocorrer, pois a concentração dos antígenos depende do número de bactérias, duração da infecção e presença ou ausência de anticorpos específicos. Resultados negativos são descritos no início do quadro infeccioso. A sensibilidade dos testes de detecção de antígenos bacterianos varia de 55% a 100%. Ocasionalmente, este método pode ser aplicado a outros líquidos corporais.

Método

Aglutinação pelo látex

Condição

0,5mL de líquor

0,5mL de líquidos corporais.

Antiestreptolisina O – AEO

Comentários

A antiestreptolisina O (AEO) elevada indica infecção por estreptococos beta-hemolíticos, mas de forma isolada não permite o diagnóstico de febre reumática ou glomerulonefrite difusa aguda (GNDA). Os valores de referência da AEO podem variar de acordo com a idade, estação do ano, região geográfica e nível socioeconômico da população.

Títulos em elevação durante determinações seriadas são mais significativos que uma única determinação. Nas infecções estreptocócicas, AEO é detectado em 85% das faringites, 30% das piodermites e 50% das GNDA. Na febre reumática, 80% dos casos apresentam AEO elevada 2 meses após início do quadro, 75% em 2 meses, 35% em 6 meses e 20% em 12 meses. Em casos de coréia, os níveis de AEO podem estar no valor de referência. Falso- positivos podem ocorrer em pacientes com tuberculose, hepatites e esquistossomose.

Método

Nefelometria

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

Anticoagulante lúpico

Comentários

Anticoagulante lúpico (AL) são uma classe heterogênea de imunoglobulinas que se ligam a complexos formados por fosfolípides negativamente carregados e proteínas, resultando no prolongamento dos tempos de coagulação dependentes de fosfolípides. São também denominados, juntamente com os anticorpos anticardiolipina e outros anticorpos, de anticorpos antifosfolípides. Apesar deste efeito in vitro, a presença persistente do AL é um fator de risco para trombose arterial, venosa e perda gestacional recorrente. A presença do AL em duas ocasiões diferentes, com pelo menos 12 semanas de diferença, é um dos critérios laboratoriais para o diagnóstico da síndrome do anticorpo antifosfolípide. Anticorpos antifosfolípides são também um dos critérios diagnósticos do lupus eritematoso sistêmico. AL  podem ser um fenômeno transitório, relacionados a infecções virais, bacterianas ou parasitárias e podem estar presentes em indivíduos saudáveis, principalmente idosos. A Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia recomenda os seguintes passos na confirmação laboratorial dos AL: 1- Prolongamento de um teste de coagulação dependente de fosfolípides (etapa de triagem); 2- Evidência de um inibidor demonstrada pelo teste de mistura; 3- Confirmação da natureza dependente de fosfolípide do inibidor (etapa confirmatória); 4- Exclusão da presença de um inibidor específico de fator da coagulação. Devido a heterogeneidade dos AL, há necessidade do uso de no mínimo dois testes de triagem dependentes de fosfolípides, preferencialmente com princípios diferentes, para o diagnóstico de anticoagulante lúpico. No IHP, utilizamos os seguintes testes:

1. Teste de inibição da tromboplastina tissular (TITT): ensaio de triagem baseado em baixas concentrações de fosfolípides sensível aos AL que bloqueiam a via extrínseca (protrombina dependentes), e 2. Teste do veneno de víbora de Russel: ensaio automatizado que inclui uma etapa de triagem e uma etapa confirmatória. Alguns autores consideram este teste como o mais específico para detectar AL em pacientes com alto risco de desenvolver trombose. Na etapa de triagem a amostra é incubada em concentração baixa de fosfolípides (teste 1). Na presença de AL, haverá prolongamento do tempo de coagulação. O reagente contém veneno de víbora de Russel, fosfolípides, cálcio, protrombina, fator V e um inibidor de heparina. As amostras positivas na etapa de triagem são testadas na etapa confirmatória (teste 2), que contêm uma concentração mais alta de fosfolípides que neutralizam o AL presente no plasma. O veneno de víbora de Russell ativa diretamente o fator X e desencadeia a coagulação a este nível. Este teste é independente das anomalias da fase de contato e das que atingem os fatores VIII, IX e e XI (déficits ou inibidores). O resultado é um índice calculado como a razão entre os tempos do teste 1 sobre o teste 2.

Veja também Cardiolipina auto-anticorpos.

Informações necessárias

Informar se está ou esteve em uso recentemente de anticoagulantes e qual a dosagem.

TESTE DE INIBIÇÃO DA TROMBOPLASTINA TISSULAR

Condição

2,0mL de plasma em citrato.

Jejum Desejável 4h.

TESTE DO VENENO DE VÍBORA DE RUSSELL

Condição

2,0mL de plasma em citrato.

Jejum Desejável 4h.

Androstenediona

Comentários

A androstenediona é um hormônio esteróide androgênico produzido pelo córtex adrenal e gônadas. É um corticosteróide e um intermediário no metabolismo dos andrógenos e estrógenos. A androstenediona é produzida a partir da 17-hidroxiprogesterona e deidroepiandrosterona. É o esteróide produzido em maior quantidade pelas células intersticiais do ovário. Nas mulheres, a androstenediona é a maior fonte precursora da testosterona. Sua produção encontra-se aumentada nos casos de síndrome de Cushing, hiperplasia adrenal congênita, síndrome dos ovários policísticos, hirsutismo idiopático. Sua concentração encontra-se reduzida na doença de Addison.

Método

Quimioluminiscência

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Desejável 4h.

ANCA – Neutrófilos, anticorpos anti

Comentários

Os anticorpos anti-citoplasma de neutrófilo (ANCA) reagem com antígenos presentes nos grânulos do citoplasma dos neutrófilos e monócitos, e são utilizados no auxílio diagnóstico dos pacientes com suspeita de vasculites necrotizantes sistêmicas de pequenos vasos e sua formas limitadas. Estes anticorpos são detectados em duas etapas: uma etapa de triagem pela técnica de imunofluorescência indireta utilizando como substrato neutrófilos de doadores saudáveis, e uma etapa confirmatória pela técnica de ELISA para definição da especificidade do auto- anticorpo (PR3 ou MPO ANCA, que são os antígenos de importância nas vasculites sistêmicas de pequenos vasos).

Basicamente, podem ser identificados dois padrões de ANCA:

C-ANCA: caracterizado pela presença de fluorescência citoplasmática granular difusa com acentuação central característica, dos neutrófilos fixados pelo etanol. O antígeno em 90% dos casos é a proteinase 3 (PR3) e em 10 % dos casos é a mieloperoxidase (MPO). Este padrão está fortemente associado à granulomatose de Wegener (GW), podendo ocorrer também na poliangiíte microscópica e síndrome de Churg-Strauss. Os níveis de ANCA são úteis na monitorização da atividade da doença, sendo positivo em mais de 90% dos indivíduos com GW ativa e em apenas 30% dos pacientes com doença inativa. Apresenta especificidade de 80% a 100%. Há também um padrão denominado C-ANCA atípico, caracterizado por fluorescência nuclear homogênea sem acentuação central, associado a infecções crônicas, doença intestinal inflamatória e outras doenças auto-imunes, cujo antígeno é a BPI.

P-ANCA: apresenta-se como fluorescência citoplasmática peri-nuclear, com ou sem extensão nuclear. Este padrão é um artefato produzido pela fixação dos neutrófilos pelo etanol, que resulta na migração da mieloperoxidase e outras enzimas dos grânulos citoplasmáticas para a periferia do núcleo da célula. O auto-anticorpo é dirigido contra a mieloperoxidase (MPO) e raramente contra a proteinase 3. Está relacionado com poliangiíte microscópica, glomerulonefrite necrotizante crescente (pauci-imune) e síndrome de Churg-Strauss.

Anticorpos contra outras enzimas citoplasmáticas (elastase, catepsina G, lactoferrina, etc) também podem produzir um padrão similar, sendo encontrados em mais de 80% dos pacientes com retocolite ulcerativa, em 70% dos casos de colangite esclerosante, em 10% a 40% dos pacientes com doença de Crohn, na endocardite bacteriana e fibrose cística. Algumas drogas, como propiltiuracil, podem produzir um padrão semelhante ao P-ANCA, ou resultar num padrão denominado ANCA atípico, que é o resultado da combinação de fluorescência peri-nuclear e citoplasmática. A coloração nuclear ou perinuclear dos neutrófilos pode ocorrer na presença de anticorpos para o DNA, histona e outros constituintes nucleares. Este achado pode ser indistingüível do padrão P-ANCA. Para diferenciar os dois padrões é necessária a realização da pesquisa de ANA/HEp2, ANCA com neutrófilos fixados em formalina e pesquisa de PRE-ANCA e MPO-ANCA por ELISA. A fixação com formalina previne a redistribuição do antígeno para o espaço perinuclear, levando a uma coloração semelhante ao C-ANCA.

Método

Imunofluorescência indireta

Condição

0,2mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

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