AMP cíclico

Comentários

Aproximadamente 50% do AMP cíclico (AMPc) urinário provêm da ação do PTH nos túbulos. O AMPc funciona como o segundo mensageiro pós-ativação do receptor tubular de PTH. Pseudohipoparatireoidismo é o nome de um grupo de desordens caracterizadas por níveis elevados ou normais de PTH, resistência à ação do PTH e hipocalcemia. A confirmação bioquímica do pseudohipoparatireoidismo envolve a resposta do AMPc ao PTH sintético intravenoso. Nos pacientes com hiperparatireoidismo primário a dosagem do PTH é mais específica.

Resultados falso-positivos podem ocorrer pela presença de moléculas circulantes que estimulam o receptor de PTH.

Método

Radioimunoensaio

Condição

Urina 24h ou C.O.M.

Usar HCL 50% 20mL/L de urina e refrigerar.

Amônia

Comentários

A amônia (NH3) circulante origina-se da ação de enzimas bacterianas nos aminoácidos presentes no conteúdo do intestino delgado e grosso. Metabolismo da NH3 ocorre no ciclo da uréia. Excluindo as variáveis pré-analíticas, as principais causas de hiperamonemia são os erros inatos do metabolismo e a insuficiência hepática. Aumentos de amônia plasmática também são encontrados na: Síndrome de Reye, tabagismo, terapia de hiperalimentação, nutrição parenteral total, infecção urinária, neonatos normais (transitória), uso de valproato, angramento gastrintestinal, choque, hipovolemia, miopatias mitocondriais, asfixia perinatal, insuficiência cardíaca congestiva e infecção por bactéria urease-positiva. Redução dos níveis de amônia plasmática são encontrados na Hiperornitinemia. Extremo rigor é necessário na coleta para que se evitem elevações espúrias.

Método

Enzimático UV

Condição

Nota: O resultado da Amônia deve ser interpretado tendo em vista a possibilidade de alterações decorrentes de variáveis pré-analíticas (coleta, transporte, tabagismo, hemólise).

Aminoácidos, cromatografia quantitativa

Comentários

É utilizada para confirmação diagnóstica de erros inatos do metabolismo das proteínas onde a concentração dos aminoácidos excede em 3 a 4 vezes o valor normal, chegando a níveis até dez vezes maiores, no sangue e urina.

Está indicada no estudo de crianças com vômitos recorrentes; deficiências neurológicas; acidose metabólica; hiperamonemia; e no controle de tratamento de animoacidopatias. Devem ser considerados na interpretação dos resultados: variações neonatais transitórias (hipertirosinemia, cistinúria-lisinúria); interferência da ingestão protéica nos valores encontrados; variações circadianas de até 30% (concentrações são mais altas pela tarde e mais baixas pela manhã). Podem interferir no ensaio: ácido ascórbico, aspartame, aspirina, sulfametoxazol + trimetoprim, anticonceptivos orais, glicose, indometacina, insulina, progesterona, testosterona, valproato, gravidez, infecções agudas, diabetes descompensado e traumatismos.

Distúrbios Achados clínicos Achados laboratoriais

Fenilcetonúria Clássica

Retardo mental, distúrbio psiquiátrico

Fenilalanina plasmática > 15mg/dl

Fenilalaninemia benigna Assintomático Aumento da fenilalanina plasmática

Fenilalaninemia maligna

Retardo mental, distúrbio psiquiátrico

Aumento de fenilalanina plasmática

Tirosinemia hereditária

Cirrose hepática, Disfunção renal tubular

Aumento da tirosina plasmática

Alcaptonúria Ocronose e Artrite Aumento de ácido homogentísico urinário

Histidinemia Defeito de fala e audição Aumento da histidina urinária e plasmática

Aminoacidemia de cadeia ramificada Convulsão, cetose, retardo mental

Aumento de aminoácidos ramificados plasmáticos e urinários

Homocistinúria

Retardo mental,

Tromboembolismo

Aumento da homocistina e metionina plasmática e urinárias

Cistationinúria Assintomático Aumento da cistationina urinária

Cistinúria Cálculos urinários

Aumento da cistina e aminoácidos dibásicos urinários

Hiperglicinemia cetótica Cetose, neutropenia, retardo mental Aumento da glicina e ácido propiônico plasmáticos e urinários

Hiperglicinemia não-cetótica

Retardo mental Aumento da glicina na urina e plasma

Anormalidades do ciclo da uréia

Retardo mental, vômitos, letargia, convulsões

Aumento de glutamina e citrulina no plasma e urina. Aumento da amônia plasmática.

Glicinúria Assintomático Aumento da glicina, prolina e hidroxiprolina

Doença de Hartnup Ataxia, retardo mental Aumento de aminoácidos neutros na urina

Síndrome de Fanconi Acidose e raquitismo Aminoacidúria, glicinemia, fosfatúria.

SANGUE

Método

Cromatografia Líquida de Alta Performance  – HPLC

Condição

0,2mL de plasma (heparina).

Informações necessárias

Medicamentos em uso. Suspeita clínica

Amilas

Comentários

Sangue: é uma enzima excretada pelo pâncreas, sensível no diagnóstico de pancreatite aguda. Eleva-se 12 horas após o início da pancreatite e persiste por 3 a 4 dias. Valores três a cinco vezes acima do nível normal são considerados significativos. Níveis elevados também são encontrados em tumores periampulares, caxumba, úlcera péptica perfurada, obstrução e infarto intestinal, colecistopatias sem pancreatite, cirrose hepática, aneurisma de aorta, apendicite, traumas, queimaduras, uso de colinérgicos, meperidina e morfina. Hipertrigliceridemia pode causar resultados falsamente baixos.

Urina: a dosagem na urina é utilizada juntamente com a dosagem sérica no diagnóstico de pancreatite. Na macroamilasemia encontramos amilase ligada a uma proteína maior, determinando níveis séricos aumentados e níveis urinários normais, sem significado patológico.

Líquidos ascítico e pleural: níveis elevados de amilase nos líquidos pleural e ascítico estão associados à pancreatite, ruptura de esôfago e adenocarcinomas de pulmão e ovário. Amilase no líquido ascítico em valores três vezes maiores que no soro são indicativos de pancreatite. Em 10% dos casos de pancreatite, os níveis de amilase no soro e líquido ascítico são normais.

Método

Cinético PNP

Condição

0,8mL de soro – líquido ascítico – líquido pleural.

Urina (2h ou 24h): 5mL de urina e informar volume total.

Amebíase, sorologia

Comentários

A Infecção pela Entamoeba histolytica pode ser assintomática, causar doença invasiva intestinal ou doença extra- intestinal. A sorologia possui maior sensibilidade para as formas extra-intestinais (90%), sensibilidade moderada para doença intestinal invasiva (75%) e baixa sensibilidade para formas assintomáticas. O teste é útil na distinção entre abscessos hepáticos amebianos e piogênicos, entretanto, a alta incidência de amebíase em nosso meio diminui o poder discriminatório do teste. Falso-positivos podem ocorrer em pacientes com colite ulcerativa. Títulos de anticorpos podem ser detectáveis por mais de 6 meses após tratamento eficaz.

Veja também Entamoeba histolytica nas fezes.

Método

Imunoensaio enzimático

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

Alfa-fetoproteína

Comentários

A alfa-fetoproteína (AFP) é uma glicoproteína fetal. Níveis baixos são esperados em adultos (não grávidas). Está aumentada no carcinoma hepatocelular, carcinoma de células germinativas de ovário e testículo, teratocarcinoma testicular, cânceres de pâncreas, gástrico, broncogênico e de cólon. Seus níveis monitoram a terapia antineoplásica.

Também está aumentada em doenças hepáticas benignas (hepatite viral, cirrose pós- ecrótica, cirrose de Laënnec, cirrose biliar primária), na tirosinemia hereditária e na persistência hereditária de AFP.

A AFP encontra-se elevada no soro materno e no líquido amniótico em casos de defeitos do tubo neural. Outras entidades que podem apresentar AFP elevada na gestação são: defeitos abertos da parede abdominal (gastrosquise e onfalocele), gemelaridade, nefrose fetal. Concentrações baixas estão associadas a anomalias cromossômicas, como a Síndrome de Down. Um dos princípios que norteiam o rastreamento de anomalias fetais no período pré-natal é a utilização de uma curva de distibuição normal da população alvo, com cálculo da mediana para cada idade gestacional. Vários fatores influenciam a interpretação clínica das dosagens de AFP como a idade gestacional, o peso materno, raça e presença ou não de diabetes melito. A associação da AFP a outros parâmetros bioquímicos (Beta HCG e estriol livre) e a dados clínicos e ultra-sonográficos aumenta sua sensibilidade na triagem de anomalias fetais.

Veja também Risco fetal.

Método

Imunofluorimetria

Informações necessárias

Se grávida, informar tempo de gestação.

SANGUE

Condição

– 0,5mL de soro.

– Jejum Desejável 4h.

Conservação para envio

Até 4 dias entre 2o e 8oC.

LÍQUIDOS

líquido amniótico

líquido pleural

líquido ascítico

líquor

Condição

0,5mL

Alfa-1-glicoproteína ácida

Comentários

A alfa-1-glicoproteína ácida (AAGP) é sintetizada nos hepatócitos, sendo a principal constituinte da mucoproteína de Winzler. É uma proteína de fase aguda, não específica, surgindo 12 horas após a injúria e permanecendo por 3 a 5 dias. Níveis elevados ocorrem em processos inflamatórios, neoplasias e terapia com corticóides. Níveis diminuídos ocorrem na síndrome nefrótica, gravidez, terapia com estrógenos e enteropatia perdedora de proteínas. A dosagem de AAGP substitui com vantagens a dosagem de mucoproteína por ser mais específica e apresentar maior reprodutibilidade.

Método

Nefelometria

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

Alfa-1-antitripsina

Comentários

A alfa-1-antitripsina (AAT) é uma proteína de fase aguda, sendo o inibidor de protease mais abundante no plasma. É o principal componente da alfa-1-globulina, aumentando de forma rápida, mas inespecífica em processos inflamatórios. Encontra-se elevada em infecções, artrites, vasculites, gravidez, terapia com estrógenos ou corticóides, neoplasias e pós-operatórios. Deficiência genética de AAT pode estar associada com enfisema pulmonar, doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular.

Método

Nefelometria

Condição

0,5mL de soro.

Jejum Obrigatório 8h.

Aldosterona

Comentários

A aldosterona é secretada pela glândula adrenal. A sua produção é regulada pelo sistema renina-angiotensina.

Elevações ocorrem no hiperaldosteronismo primário e secundário, dieta pobre em sódio, gravidez e Síndrome de Bartter. Reduções são observadas em alguns casos de hiperplasia adrenal congênita, deficiência de síntese, dieta rica em sódio, Doença de Addison e no hipoaldosteronismo hiporreninêmico. O principal uso clínico da dosagem de aldosterona (sérica e urinária) é o diagnóstico de hiperaldosteronismo primário. O sistema renina- angiotensina responde rapidamente a vários estímulos fisiológicos, tornando uma medida randômica de aldosterona, isolada, de pouco valor diagnóstico.

Medicamentos

A critério médico, devem ser suspensos, pelo menos duas semanas antes da realização do exame, os anti- inflamatórios não esteróides, anti-hipertensivos (beta-bloqueadores, inibidores da enzima de conversão – IECA, bloqueadores da ação da angiotensina II, diuréticos tiazídicos, poupadores de potássio e de alça, bloqueadores do canal de cálcio). A espironolactona deve ser suspensa seis semanas antes da coleta.

SANGUE

Método

Radioimunoensaio

Condição

1,0mL de soro.

Jejum Desejável 4h.

Informações necessárias

Informar medicamentos em uso.

Informar se foi orientada a dosagem após a sobrecarga ou restrição de sal.

Dieta Conforme Orientação Médica

URINA

Método

Radioimunoensaio

Condição

Urina 24h.

Dieta Conforme Orientação Médica

Usar 20mL/L de Ácido Acético 8M e refrigerar.

Informações necessárias

Informar medicamentos em uso.

Informar se foi orientada a dosagem após a sobrecarga ou restrição de sal.

Dieta Conforme Orientação Médica

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