Diabetes: prevenção e controle

Diabetes: prevenção e controle

Uma doença comum, que atinge 10 milhões de brasileiros, a diabetes é causada pelo aumento da glicose no sangue, que acontece quando o pâncreas não produz ou produz pouca insulina, hormônio que metaboliza a glicose, os aminoácidos e os ácidos graxos. A insulina também é responsável pelo armazenamento de combustível e pela estimulação de captação de nutrientes na célula, mostrando-se importante para o equilíbrio do corpo humano.

Não se sabe, ainda, qual a causa do tipo 1 da doença, quando o organismo deixa de produzir a insulina ou a produz em níveis muito baixos e o corpo passa a não reconhecê-la e a destrói. Essa é a forma mais agressiva da doença, que acomete pessoas com menos de 35 anos e não tem cura, implicando no uso diário de injeções de insulina.

Apesar de menos agressivo, o diabetes tipo 2, quando o pâncreas produz menos insulina do que o necessário, também é uma doença perigosa, que necessita de acompanhamento médico constante, além de disciplina por parte do paciente. Esse tipo da doença está mais relacionado com o estilo de vida e é por isso que pode ser prevenido e controlado, ao evitar a obesidade e o sedentarismo.

Os sintomas do diabetes – cansaço, vontade de urinar frequentemente, fome em excesso, sensação de dormência nas mãos e pés, dores no estômago e difícil cicatrização de feridas – podem demorar a aparecer, comprometendo a saúde. Por isso, é importante, para se prevenir do diabetes, realizar exames anuais de pressão arterial, colesterol e, claro, o acompanhamento das taxas de açúcar no sangue.

Abramge-mg – Ano II, Nº 13 – JAN/FEV/MAR 2012

Atividade física e perda de peso: aliadas no controle da diabetes

Atividade física e perda de peso: aliadas no controle da diabetes

A diabetes é uma doença crônica e possui, apenas no Brasil, 13 milhões de pessoas diagnosticadas. Se considerarmos apenas a faixa de 60 anos, a percentagem engloba 35% da população brasileira, conforme estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Além disso, a doença é a maior causa de cegueira, insuficiência renal e problemas cardiovasculares.

A maioria dos casos está concentrada no Sudeste do país, segundo dados do Ministério da Saúde. Além disso, o órgão aponta que a diabetes foi associada à morte de mais de 50 mil pessoas no Brasil somente em 2012. No mesmo ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou as estatísticas de 194 países pela primeira vez, apontando a prevalência média da doença no mundo em 10% da população.

De acordo com pesquisa realizada este ano pela SBD com quase 700 pessoas em São Paulo e Rio de Janeiro, divididas em três grupos: população em geral, diabéticos e pré-diabéticos e profissionais de saúde – embora 62% dos entrevistados apresentassem pelo menos um fator de risco, apenas três entre 10 já tinham ouvido falar do pré-diabetes. O levantamento mostrou ainda carência de informações em relação à prevenção e controle da doença. Mais de 40% dos diabéticos disseram estar pouco alerta sobre os efeitos de práticas simples, como controle de peso, atividade física e alimentação saudável.

A conscientização, no entanto, é a principal arma para minimizar os riscos à saúde. Para o diretor da SBD e professor de Endocrinologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, João Eduardo Nunes Salles, a primeira noção errada é achar que a doença é benigna. O segundo ponto equivocado é entender que não tem a ver com o estilo de vida. Outro engano é atribuir ao doce a culpa pelo diagnóstico que, na verdade, pode estar relacionado a qualquer alimento que faça ganhar peso.

“Tudo dependerá da maneira como a pessoa se comporta e como trata seu organismo. É isso que determinará o controle do diabetes ao longo dos anos. Mesmo com o uso de medicamento, o tratamento vai além. É preciso permitir uma mudança significativa no estilo de vida”, afirma. Para tanto, aderir ao processo educacional requer disciplina, aderência e força de vontade.

Brasil terá 3º maior número de diabéticos em 2030

Até 2030, segundo Salles, o Brasil será o terceiro país com o maior número de diabéticos no mundo. “Costumo dizer que esta é a doença das metades. De todo mundo que tem diabetes, metade não sabe. Da metade que sabe, metade não está tratando. Da metade que está tratando, metade está mal compensada. E da metade que está mal compensada, metade vai ter complicação”, ressalta.

Em contrapartida, a presidente do Departamento de Endocrinologia e Metabologia da Associação Paulista de Medicina (APM), Ângela Maria Spinola e Castro, explica que o nível de compreensão do diabetes pode estar relacionado, muitas vezes, com a instrução dos pacientes. Neste caso, o processo educacional é fundamental e é uma das coisas iniciais e obrigatórias durante o atendimento médico.

“Esta é, inclusive, a proposta do Comitê Técnico da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, criado este ano e que estabeleceu normas para a liberação da insulina e de medicamentos de alto custo para os diabéticos. A medida ajudará no controle da doença. O grupo pretende, ainda, investir em projetos educacionais, com a finalidade de melhorar não só a aderência ao medicamento, como também ao tratamento”, acrescenta.

De acordo com a médica, não adianta tomar remédio se você não cuidar da alimentação, perder peso e praticar exercícios. “O paciente pode ser exaustivamente orientado e não ser aderente ao tratamento”, reforça.

Embora a pesquisa da SBD tenha demonstrado falta de conhecimento sobre a doença, Ângela frisa que nem sempre o orientado é feito pelos diabéticos. Muitos, especialmente do tipo 2, não têm sintomatologia intensa. “Acreditam estar bem e deixam de cumprir uma série de cuidados necessários. Estas pessoas não fazem o teste da ponta de dedo e não se cuidam. Todos têm condições de fazer suas punções para verificar o controle glicêmico. O que não pode ocorrer é parar com a medicação. É necessário controlar a doença, sempre respeitando os limites de uma alimentação saudável e, claro, do tratamento”.

Já para quem tem o diabetes tipo 1 é comum apresentar sintomas como urinar bastante, beber muita água e ficar com a boca seca, o que, mesmo assim, não tem sido sufi ciente para convencer a sociedade da importância dos devidos cuidados. “Costumo dizer que toda doença crônica carrega a aderência como palavra mágica. Difícil mesmo é conscientizar a população”, finaliza.

Fonte: Revista da APM. 

Troque o sal pelos temperos e ervas naturais e ganhe saúde

Troque o sal pelos temperos e ervas naturais e ganhe saúde

Usado para reforçar e potencializar o sabor dos alimentos, o sal de cozinha pode e deve ser parcialmente substituído por ervas e temperos que também realçam o sabor e evitam os males causados pelo excesso de sódio. Substância essencial para o nosso organismo, se ingerido acima do necessário, o sal pode desenvolver, entre outras, doenças cardiovasculares, renais e hipertensão arterial que, segundo pesquisa Vigitel 2012, atinge 24,3% dos brasileiros, e 50% dos acima de 54 anos.

O brasileiro consome mais que o dobro de sódio recomendando pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é cinco gramas diárias. No Brasil, em média, são ingeridos 12 gramas por dia, segundo a Pesquisa do Orçamento Familiar/IBGE. “Particularmente no Brasil, observa-se que a população utiliza sal e temperos à base de sal em excesso, tanto na preparação, quanto no consumo dos alimentos, e vem consumindo cada vez mais alimentos industrializados”, alerta a nutricionista da Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Roberta Rehem de Azevedo.

Para reverter esses valores alarmantes, o Ministério da Saúde fechou acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) para redução de até 68% do teor do sódio nos alimentos industrializados. O compromisso é diminuir esse ingrediente em 16 grupos de alimentos, entre laticínios, embutidos e refeições prontas. A meta é retirar 28 mil toneladas de sódio do mercado até 2020.

Temperos e Ervas Naturais

Uma forma de reduzir o sódio e continuar comendo bem é usar e abusar dos temperos e ervas naturais para substituir o sal. “A vantagem é a redução da ingestão de sódio e, na questão do sabor, recuperar e até redescobrir o sabor próprio dos alimentos, visto que o excesso de sal mascara outros sabores”, nos explica a nutricionista Roberta.

Às vezes a redução do sal pode ser percebida pela pessoa, mas o paladar irá se adaptar gradualmente a essa diminuição, segundo a especialista. “Evite a utilização de temperos prontos e caldos concentrados, eles são ricos em sódio. Utilize mais ervas desidratadas, temperos naturais, pimenta e sucos de frutas para temperar os alimentos”, sugere Roberta Rehem. Além disso, não é recomendado usar saleiro à mesa nem acrescentar sal depois que o alimento estiver pronto.

Chefe de cozinha e dono de restaurante em Brasília (DF), Daniel Vieira admite que o sal é importante para intensificar o sabor dos alimentos, mas que pode ser diminuído aumentando a quantidade de temperos, principalmente a pimenta. “Na devida quantidade, a pimenta potencializa o sabor na sua boca”, ressalta Daniel.

Veja algumas dicas que Daniel deu para usar bem os temperos:

Tomilho: Combina muito bem com legumes assados e também com molhos.Alho-poró: Ele é bem suave.
Combina bem com queijos e risotos.
Cominho: Pode ser utilizado em carnes vermelhas e carnes de caça (javali, jacaré) com sabores mais fortes e exóticos.Coentro: Coentro pode ser usado com peixes de água salgada e moquecas.
Gengibre: Pode ser usado gengibre em muita comida, mas combina bem em molhos, peixes e frango.Açafrão-da-terra: Muito usado na galinhada.
Manjerona: Carnes vermelhas, carne bovina e molhos a base de tomate.Manjericão: Pizza, massas, carnes e saladas.
Pimentas: Tem o poder de ressaltar o sabor da comida, mas tem que tomar cuidado com a quantidade para não dominar todo o sabor no prato.Salsinha: Pode ser utilizada em peixes e base de molhos.
Alecrim: Cabe muito bem com frango. Como é muito forte e seu sabor se sobressai, ele harmoniza com vários
tipos de carnes, como a de cordeiro.
Também pode ser usado com abobrinha e berinjela…


Fonte: Blog da Saúde

Você já ouviu falar da Fome Oculta?

Você já ouviu falar da Fome Oculta?

O que você coloca em seu prato é nutritivo? É importante pensar sobre isso para evitar a chamada “fome oculta”. Trata-se de uma ausência nutricional decorrente, em geral, da má absorção ou falta de micronutrientes para o pleno funcionamento do organismo.

Os micronutrientes se dividem em vitaminas – como A, C, E, B, ácido fólico, potássio – e minerais – ferro, zinco, iodo, selênio, manganês, molibdênio e outros – e estão em diversos alimentos de origem animal e vegetal. Para que os micronutrientes sejam absorvidos, é preciso ingerir macronutrientes carboidratos, glicídios, lipídeos, protídeos e água.

Em números, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada quatro pessoas no mundo tem fome oculta. “Qualquer indivíduo pode apresentá-la. Entretanto, gestantes e crianças nos primeiros dois anos de vida estão mais propensas a essas carências”, comenta Paulo Giorelli, médico nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). As três maiores deficiências nutricionais no globo envolvem vitamina A, iodo e ferro – cuja carência (anemia) é considerada a mais comum no mundo -, indica a OMS.

A fome oculta não apresenta, em princípio, sintomas aparentes, explica a nutricionista Lenita Gonçalves de Borba, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo. Ela pode começar com cansaço e chegar até a apresentar questões severas. “Em estágios avançados, a fome oculta vira outras doenças, como envelhecimento precoce, complicações cardiovasculares e osteoporose. A condição ocorre porque muitos micronutrientes são responsáveis por prevenir estas enfermidades”, ilustra.

“Situações de estresse, verminoses, exercícios exagerados sem orientação e associados às dietas restritivas, intervenções cirúrgicas e até infecções estão na lista de outros distúrbios que podem enfraquecer o organismo e consequentemente dificultar a absorção de icronutrientes”, acrescenta ela.

Para identificar a fome oculta, é importante a consulta médica, em especial ao nutricionista e nutrólogo. O paciente é submetido a uma série de exames, que inclui a investigação do histórico alimentar e pode determinar as carências nutricionais. Após esta fase, é prescrita a dieta, aliada à atividade física e, dependendo do quadro, indicado o uso de suplementações.

Segundo os especialistas, o grande dilema está na diversificação da alimentação diária. Ora exageramos nas massas, carnes e guloseimas, ora “pulamos” refeições ou apenas comemos a “dupla” alface e tomate. Estas práticas são prejudiciais.

Portanto, melhoria alimentar se resume em uma palavra: equilíbrio. “Todos os alimentos, in natura ou industrializados, quando consumidos adequadamente, são fontes saudáveis. No entanto, devemos ter consciência de hábitos alimentares sem restrições e exageros”, observa a engenheira de alimentos Ana Maria Giandon, consultora em assuntos regulatórios da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad).

A afirmação tem sentido: consumir muito açúcar, sódio, carboidrato, gordura saturada e não ingerir frutas, verduras e leguminosas são hábitos que, somados ao sedentarismo, desencadeiam os temidos excessos de peso e obesidade. O hábito de fazer um prato, dito “colorido”, deve ser passado desde cedo. A alimentação balanceada inclui cafés da manhã com frutas, pães, fibras e cereais integrais; almoços com variação de verduras e legumes, opções de proteínas – carnes magras vermelhas (bovinas) e brancas (peixes e aves). E mais: lanches e jantares leves, além de não ignorar refeições, moderar com carboidratos (massas), doces, refrigerantes e frituras.

Giandon esclarece ainda que a adição de vitaminas e minerais aos alimentos industrializados está prevista na legislação brasileira como alternativa de consumo dos micronutrientes. “O problema não é comer um biscoito vitaminado, mas sim quando existe o exagero nesse ato. O cenário atual é que, por conta da falta de tempo, as pessoas acabam se alimentando inadequadamente. Substituem uma fruta por um doce, por exemplo”, enfatiza.

Isso reforça o fato de que o acesso fácil ao alimento não implica uma refeição equilibrada. “Para que ocorra uma nutrição eficiente, é necessá-ria uma dieta balanceada. É preciso identificar e valorizar os alimentos com alto valor nutritivo, respeitando as diferenças regionais presentes no País”, destaca o nutrólogo Giorelli. Afinal, o fio condutor da saúde está na boa alimentação, por isso, é essencial pensarmos no que comemos.

Saúde do Idoso: saiba o que deve ser feito para envelhecer com qualidade de vida

Saúde do Idoso: saiba o que deve ser feito para envelhecer com qualidade de vida

Cuidar do bem estar físico é uma das maneiras de envelhecer com qualidade de vida. As transformações do corpo são um dos fatores que despertam preocupação, que podem ser evitadas com a prevenção de doenças, boa alimentação e exercícios físicos. Com esses três pilares da vida saudável, especialistas garantem ser possível retardar perdas naturais do processo de envelhecimento.

Com o passar dos anos, perdemos massa muscular e óssea. “O enfraquecimento ósseo e a perda de massa muscular se intensificam mais a partir dos 60 anos, principalmente depois do climatério, no caso das mulheres, onde há maior troca de massa muscular por tecido gorduroso”, explica a geriatra Fátima Luz Rosa, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), vinculado ao Ministério da Saúde.

Essa perda de massa muscular e óssea também dá a impressão que diminuímos de tamanho na velhice. “Ao longo do tempo e principalmente nas pessoas com tendência a osteoporose, pode acontecer o que chamamos de achatamento das vértebras. Em uma fase avançada da idade, a coluna tende a se encurvar”, esclarece Fátima.

“Uma pessoa com osteoporose, por exemplo, com um diagnóstico rápido pode fazer um tratamento com medicamentos e atividade física”, propõe a especialista. “Quanto mais saudável a pessoa se mantiver, melhor. Quem trabalhou melhor a massa muscular terá cada vez mais tarde as perdas de equilíbrio e reflexo, pois isso depende muito de sua história pregressa. Por isso, dizemos que a geriatria começa na infância, através de hábitos saudáveis que manterão a qualidade de vida por muito tempo”, completa.

A pele do idoso também precisa de cuidados especiais. Nessa fase, o risco de ferimentos é maior devido à sua fragilidade. “Nós vamos perdendo a elasticidade da pele, tendo mais risco de rompimento. Como o idoso não costuma sentir muita sede, deve-se observar constantemente a hidratação. É preciso hidratar a pele inclusive com cremes”, aconselha a geriatra. Ela também aproveita para esclarecer um mito. É comum ouvirmos que as orelhas e o nariz nunca param de crescer.

“Essas extremidades elásticas podem ter um crescimento quase imperceptível, mas o que causa esta impressão, na verdade, é a flacidez da pele devido ao envelhecimento”, esclarece Fátima.

A prevenção de doenças também é importante. “O idoso tem mais tendência a desenvolver doenças como hipertensão e diabetes, então trabalhar a prevenção é importante. Por exemplo, um Acidente Vascular Cerebral (AVC) leva à piora o equilíbrio. Esse AVC pode ser consequência de uma hipertensão, que dá para se prevenir e tratar”, relata a especialista.

Quedas

Segundo o Ministério da Saúde, 667 pessoas com mais de 60 anos morreram no Brasil em 2010 por causa de quedas dentro de casa. De acordo com a geriatra do GHC (escrever por extenso), a falta de atividades por si só já é um fator de risco para as quedas, pois há mais fraqueza muscular. É preciso também cuidar de doenças como Mal de Parkinson e patologias neurológicas que alteram o equilíbrio, que também aumentam a possibilidade de quedas.

Fátima explica que muitas vezes o idoso toma remédios por conta própria ou sem orientação adequada, causando tonturas e aumentando o risco das quedas. “Um remédio para pressão tomada de forma incorreta, ou o uso de medicamentos para dormir podem aumentar o risco de quedas, principalmente noturnas”, alerta a geriatra.

Fonte Blog da Saúde/Ministério da Saúde.

Otimismo faz bem ao coração

Otimismo faz bem ao coração

Mais de 2.800 pacientes cardíacos responderam um questionário psicológico, no qual foram perguntados se acreditavam em suas habilidades de recuperação e de retorno à rotina normal.

Depois de 15 anos, 1.637 pacientes morreram. Desses, 885 (54%) faleceram em decorrência de doenças cardíacas. Pacientes que tiveram uma percepção otimista estavam 30% menos propensos a morrer durante o período, disseram os pesquisadores do centro médico da Universidade de Duke.

O risco aumentado de morte entre os pessimistas persistiu mesmo depois que os pesquisadores compensaram uma série de fatores, incluindo severidade da doença cardíaca, idade, gênero, depressão e suporte social.

“Este é um estudo único porque mostra que a atitude de um paciente frente a sua doença não tem impacto somente em sua habilidade de retornar ao estilo de vida normal, mas também sobre sua saúde a longo prazo e, no final das contas, sua sobrevivência”, diz o autor do estudo John C Barefoot, no material de divulgação da universidade.

Otimistas tendem a lidar mais efetivamente com suas condições, como seguir rigorosamente seu plano de tratamento, enquanto os pessimistas podem experimentar mais tensão e estresse, o que pode ter efeitos prejudiciais ao corpo, os pesquisadores especulam. Em 2010, uma pesquisa europeia demonstrou que pessoas naturalmente felizes são menos propensas a desenvolver doenças cardíacas.

“Ter expectativas positivas não vai apenas fazer você se sentir melhor, mas também tem potencial para fazer você viver mais”, diz Barefoot. O estudo foi publicado no jornal Archives of Internal Medicine.

Fonte: The New York Times, via IG.

Técnica experimental corrige síndrome de Down em célula

Técnica experimental corrige síndrome de Down em célula

Cientistas conseguiram pela primeira vez “silenciar” a molécula de DNA excedente que caracteriza a síndrome de Down. Num experimento com amostras de células, médicos inativaram uma das três cópias do cromossomo 21 que caracterizam a anomalia, tornando as células tratadas similares às de pessoas típicas, com apenas duas cópias.

O resultado da pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Massachusetts (EUA), não pode ser diretamente convertido em tratamento. O grupo, porém, diz já estar tentando desenvolver uma terapia gênica para testar em camundongos.

A unidade excedente do cromossomo 21 leva aos problemas de desenvolvimento que pessoas com down costumam ter, incluindo as dificuldades cognitivas e o risco de doenças cardíacas e do sangue. Para eliminar a cópia extra do 21 em células, o truque usado pelos cientistas foi inserir dentro do cromossomo 21 um gene derivado do cromossomo sexual X.

Esse gene, o Xist, serve como ferramenta para controlar a produção de proteínas associadas ao X. Como homens têm uma cópia única desse cromossomo, mas mulheres têm duas, o Xist atua em certas circunstâncias para evitar que haja excesso de ativação do X em mulheres.

Mudar o gene de lugar, porém, parecia uma tarefa difícil, pois o Xist é uma sequência de bases de DNA grande demais para ser manipulada.

Usando uma técnica sofisticada de alteração genética chamada “nuclease com dedos de zinco”, os cientistas conseguiram enfim fazer a transferência. Um estudo descrevendo o método está na edição de hoje da revista “Nature”, assinado pelo grupo da cientista Jeanne Lawrence.

Segundo o artigo, mesmo que a técnica não se transforme em terapia, a capacidade de anular a anomalia cromossômica ajudará na pesquisa.

Células-tronco criadas a partir da pele de pacientes podem ser comparadas a células com o Xist e submetidas a teste de drogas, o que ajudaria a avaliar seu desempenho. Uma abordagem similar pode ser usada na tentativa de corrigir outras anomalias, como as trissomias do 13 e 18.

Fonte: Folha de S. Paulo

População brasileira tem 12% de fumantes

População brasileira tem 12% de fumantes

Dados do Ministério da Saúde mostram que 12% dos brasileiros são fumantes. O pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca (Instituto Nacional do Câncer), Ricardo Meirelles, alerta que o tabagismo é uma doença que pode ocasionar outras:  é um dos fatores de risco para o aparecimento de diversos  tipos de câncer (pulmão e boca), doenças cardiovasculares, AVCs (acidentes vasculares cerebrais), além de menopausa, infertilidade e envelhecimento precoces.

Meirelles explica que, logo depois de deixar o cigarro, o ex-fumante já sente melhora na qualidade de vida. “Ele sente uma melhora dentro de dois, três dias no fôlego, se não tiver uma doença respiratória, já dá pra subir uma escada melhor, fazer exercícios”, disse o especialista.

Segundo o especialista, deixar de fumar é difícil, mas o acompanhamento de profissionais pode tornar o processo mais confortável. De acordo com o Ministério da Saúde, existem 24.515 equipes de 4.371 municípios brasileiros inscritas no PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica ), que inclui o PNCT (Programa Nacional de Controle do Tabagismo), para oferecer tratamento gratuito ao dependente.

A terapia do serviço público inclui apoio psicológico, medicamentos (entre adesivos, pastilhas, gomas de mascar e o antidepressivo bupropiona), atendimentos educativos e terapêuticos.

O tabagismo é considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) a principal causa de morte evitável. Além disso, cerca de 1,2 bilhão de pessoas são fumantes. “Cerca de 80% dos fumantes desejam parar, mas apenas 3% conseguem realmente abandonar o vício. Além disso, é considerado ex-fumante a pessoa que fica um ano sem fumar”, explica o cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, João Ferreira Marques. O médico esclarece que, quem abandona o vício antes dos 30 anos, consegue restabelecer o organismo a ponto de parecer que nunca fumou.

De acordo com Meirelles, muitas vezes o fumante espera ter um problema de saúde para decidir parar de fumar. O médico acrescentou que a proibição de fumar em locais fechados fez com que muitos fumantes se sentissem incomodados em ter que deixar o ambiente de amigos para fumar e isso está fazendo com que pensem em deixar o vício. “Ele está conversando com amigos e tem que sair para fumar, a pessoa sente-se escrava do cigarro. Se está no shopping e precisa sair para fumar, isso passa a ser desconfortável”.

Segundo pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde, entre 1989 e 2010 um em cada três brasileiros deixou de fumar devido à entrada em vigor das medidas que restringiram a propaganda de cigarros na televisão e em veículos de comunicação de massa. A meta do governo brasileiro é reduzir de 12% para 9% a proporção de fumantes na população adulta até 2022.

Como proteger bebês e crianças da coqueluche

Como proteger bebês e crianças da coqueluche

Recentemente foi publicado um estudo realizado na Holanda que pesquisou quem seria a fonte de contágio de coqueluche para bebês e crianças.

Descobriu-se que os familiares são a principal fonte de transmissão. Em 53% dos casos, os contatos domiciliares eram os responsáveis pela transmissão da doença: irmão (41%), mãe (38%) e pai (17%).

Observou-se também que a vacina acelular (DTPa – oferecida clínicas privadas) oferece proteção mais duradoura que a vacina de células inteiras (DTP – oferecida pelo SUS). Entre as crianças vacinadas que tiveram o diagnóstico de coqueluche, 1-3 anos após esquema vacinal primário, 46% haviam sido vacinadas com DTP em comparação com 29% de crianças que haviam sido vacinadas com vacina acelular (DTPa).

Conclusões

Se a imunidade à coqueluche via vacinação for realizada nos familiares, a coqueluche nos bebês poderia ser evitada em 35% a 55% dos casos. O reforço da vacinação nos adultos deve ser realizado de 10 em 10 anos. Uma porcentagem significativa de crianças são novamente suscetíveis à doença  1-3 anos após a vacinação inicial, necessitando de reforço entre 4-6 anos de idade e outro reforço na adolescência aos 11 anos. As crianças vacinadas com a vacina de células inteiras perdem mais rapidamente a proteção que as vacinadas com as vacinas acelulares.

Casos de coqueluche no Brasil têm alta de quase 100%

Casos de coqueluche no Brasil têm alta de quase 100%

A faixa etária que apresenta o maior número de casos e incidência da doença é a dos menores de um ano de idade, que corresponde a cerca de 70% dos casos de coqueluche no país.

Segundo dados registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), foram notificados até a última semana de 2012 15.428 casos suspeitos de coqueluche no Brasil. Desses, 4.453 (28,9%) foram confirmados, representando um incremento de 97% em relação ao mesmo período de 2011, em que foram confirmados 2.258 casos. Ainda não há uma causa consensual para esse aumento no número de infectados.

O cenário epidemiológico da coqueluche no Brasil, desde a década de 1990, apresentou importante redução na incidência dos casos (veja imagem abaixo), resultado da ampliação das coberturas vacinais. Naquela década, a cobertura vacinal alcançada era de cerca de 70% e a incidência era 10,6 casos em cada grupo de 100 mil habitantes. À medida que as coberturas elevaram-se para valores próximos a 100%, no período de 1998 a 2000, observou-se que a incidência baixou para 0,9 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

A doença

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória e de notificação obrigatória. Ela compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por tosse seca. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível por meio de eliminação de gotículas de ao tossir, falar ou espirrar.

É raro, mas a transmissão também pode ocorrer por objetos contaminados com secreções do doente. O agente etiológico da coqueluche é a bactéria Bordetella pertussis, bacilo gram-negativo, aeróbico, não esporulado, tendo o homem como principal reservatório.

Diagnóstico

A confirmação diagnóstica da coqueluche, conforme preconizado pelo Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, é feita pelo critério laboratorial por meio da cultura da bactéria Bordetella pertussis ou pelo isolamento por técnica de PCR. Tem-se observado elevado índice de culturas negativas dentre os casos notificados, o que pode estar relacionado ao uso de antibioticoterapia prévia ou a falhas nas técnicas de coleta, acondicionamento e transporte das amostras.

Prevenção

A principal medida de prevenção contra a coqueluche é a vacinação. A imunização contra a coqueluche faz parte do Calendário Básico de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde por meio da vacina pentavalente (que oferece proteção contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo B e hepatite B), indicada para imunização de crianças a partir de dois meses de idade, em esquema de três doses, com intervalo de 60 dias entre as doses. A faixa etária que apresenta o maior número de casos e incidência da doença é a dos menores de um ano de idade, que corresponde a cerca de 70% dos casos de coqueluche no país – por isso a correta vacinação no primeiro ano de vida é muito importante.

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